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Leia na Fonte: e-Thesis
[27/04/13]  4G Americas prevê uso pleno dos 700 MHz para Olimpíadas 2016 - por Jana de Paula

Embora a 4G Américas aprove o refarming dos 700 MHz, no país, a associação reconhece que não será possível que haja equipamentos disponíveis para seu uso em 4G antes de dezembro de 2014, ou seja, após a Copa do Mundo no Brasil. Por enquanto, na América Latina, apenas o Chile já marcou um leilão para lotear faixas nesta frequência, para o segundo semestre do ano. No Brasil, o uso dos 700 MHz ainda depende da conclusão da Consulta Pública, aberta pela Anatel, e ainda são muitas as opções para uso desta banda, como lembra Erasmo Rojas, diretor da 4G Américas para America Latina e Caribe.

"Nem tudo está fechado quanto ao próximo uso dos 700 MHz. Talvez, 90 MHz desta faixa sejam alocados para as redes móveis, mas também há possibilidade de eles serem utilizados em segurança pública. Enfim, é preciso esperar a conclusão e publicação do edital. De qualquer forma, mesmo que os 700 MHz sejam adotados em áreas rurais e outros pontos menos favorecidos com comunicação móvel de nova geração, os 700 MHz não estarão disponíveis para a Copa do Mundo", avalia Rojas.

Assim, a 4G Américas, neste momento, às vésperas do início da Copa das Confederações, agendada para julho próximo, e da Copa do Mundo de 2014, está mais focada na LTE. De acordo com Rojas, as primeiras redes de LTE estarão prontas até início de maio e, pelo menos de imediato, será adotada como complemento das redes HSPA+. As operadoras com atuação no país, por enquanto, também terão de adotar o Wi-Fi para desafogar tráfego nas estações de base. Daí que Rojas prevê o aumento do número de hotspots, sobretudo nos locais onde ocorrerão os eventos, para melhorar a experiência dos usuários, principalmente dos heavy users estrangeiros que assistirão aos jogos. Assim, haverá a criação de pacotes e planos de serviços que usem a rede Wi-Fi como opção para transferência de dados.

A associação não pode definir como serão estes planos, mas sabe que as operadoras terão que se posicionar neste sentido, já que, como todas estão mais ou menos com a mesma abrangência, elas terão que partir para os planos de uso como diferencial, inclusive em parceria com operadoras de outros países. Por exemplo, se no caso de atendimento aos usuários da Europa, a rede LTE e HSPA+ pode ser suficiente, para usuários dos Estados Unidos, o uso da rede Wi-Fi se fará necessário, junto ao HSPA+. Também está previsto uso da rede 3G (1,9GHz).

Refarming dos 700 MHz

O reuso dos 700 MHz ganha importância nas estratégias das operadoras para os Jogos Olímpicos, que ocorrerão no Rio de Janeiro, em 2016. Será intensa a concentração do tráfego nesta cidade e as operadoras já devem até lá ter estabelecido suas estratégias de uso desta banda considerada ‘premium'.

"É muito possível que, em 2014, depois de concluída a Copa do Mundo, as operadoras passem de imediato a analisar o processo de migração das diversas faixas das quais detém licença de uso para a LTE, inclusive dos 700 MHz", acredita Rojas. Contribui para o sucesso desta estratégia a disseminação do uso de smartphones que viabilize uma plena migração de usuários de 3G para 4G, inclusive de clientes das classes C e D.

Hoje em dia, 78% dos planos de usuários são pré-pagos e para que se evite o subsídio de equipamentos mais sofisticados será necessária a criação de planos pós-pagos mais baratos e a popularização dos aparelhos inteligentes. Em 2012, a penetração da banda larga móvel no Brasil era de 32%, pouco inferior à do Chile (35%), que é a maior do continente, e bem acima da média latino-americana, de 19%. "A voz representa um negócio já feito, assim, a tendência é que os investimentos se concentrem nos serviços de dados, inclusive das faixas de 450 MHz, 1,8 GHz e também dos 700 MHz", concluiu Rojas.