WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Espectro de 700 MHz --> Índice de artigos e notícias --> 2013
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na
Fonte: Portal NTC & Logística - Origem: Diário do Comércio e da Indústria (DCI)
[19/12/13]
Leilão da faixa de 700 MHz vai exigir cobertura em rodovias
O leilão da faixa de frequência de 700 MHz, que deve acontecer ainda no primeiro
semestre de 2014, vai trazer novas exigências para as operadoras de
telecomunicações que vencerem o certame para transmitir sinal 4G por meio deste
espectro. Em conversa com o DCI, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo
confirmou que as grandes empresas de telecom que atuam no País vão precisar
garantir cobertura em rodovias. "Vamos exigir cobertura por parte das operadoras
nas rodovias brasileiras de maior fluxo", revelou o ministro.
Além da cobertura nas principais rodovias do País, o leilão da faixa de 700 MHz
também vai exigir que as operadoras levem rede de fibra ótica para regiões
distantes. "Nós temos mais de 2 mil municípios no Brasil que não têm uma rede de
fibra ótica local. É provável que em 200 desses municípios não seja possível
chegar a fibra. Em lugares distantes é preciso criar uma conexão via rádio ou
satélite. Mas nos 1.800 municípios restantes com possibilidade de acesso, nós
vamos levar rede de fibra ótica", contou Bernardo.
O ministro admite que o governo deve abrir mão de recursos no leilão da faixa de
700 MHz em troca de garantias de investimentos em infraestrutura das empresas de
telecom. "Não vamos fazer um leilão com viés exclusivo de arrecadação. Ou seja,
ao invés de arrecadarmos R$ 20 bilhões com a faixa, nossa ideia é colocar uma
série de obrigações que as empresas compradoras terão de cumprir e, evidente,
isso vai gerar uma diminuição no valor arrecado pelo governo", diz o ministro.
De acordo com Bernardo, as exigências terão moldes similares às feitas pelo
governo no leilão das faixas de 450 MHz e 2,5 GHz, realizado em junho do ano
passado. "Seguirá o exemplo do que fizemos no último leilão de 4G. Nós obrigamos
as operadoras a levarem banda larga a todas as escolas da área rural, são 82 mil
no total. E também obrigamos essas mesmas operadoras a levarem internet e
telefonia para as áreas rurais do País", argumentou.
A "limpeza" da faixa de 700 MHz - hoje ocupada por emissoras de TV - caminha do
modo como o governo planejou, de acordo com o ministro. E a desocupação do
espectro nos mais de 5 mil municípios brasileiros ainda acontece. "Já está tudo
planejado e em execução. Hoje existem cerca de 600 cidades onde a faixa de 700
MHz ainda é ocupada por emissoras de TV. A imensa maioria dos municípios não tem
mais as emissoras de tevê nessa faixa", contou Paulo Bernardo.
Para levar internet de qualidade e a preços acessíveis a população, o governo
federal está disposto a conversar com os estados para estudar reduções no
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS). "Existe um convênio
federal para zerar o ICMS de banda larga popular. Isso já é aplicado em São
Paulo e em outros estados do País. É preciso ter iniciativas. Os estados têm
dificuldades financeiras, mas é preciso falar", diz.
Aporte em pesquisas
Ontem, Paulo Bernardo e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco
Antonio Raupp estiveram na capital paulista para firmar um convênio de
cooperação no valor de R$ 98 milhões ao lado da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (Fapesp).
O valor é correspondente aos recursos remanescentes da época que a Fapesp
controlou as atividades de registro de domínios e alocação de endereços IP,
entre 1998 e dezembro de 2005. A verba, usada para apoiar projetos de pesquisa
científica e tecnológica que ajudem na evolução da internet no Brasil, vai ser
distribuída - proporcionalmente de acordo com o número de domínios solicitados
por cada estado na época - entre projetos apresentados por pesquisadores de todo
o País. "As políticas de ciência e inovação precisam ser estaduais, onde mora a
diversidade do País. Com parcerias como essa realizada com a Fapesp, garantimos
continuidade", analisa o ministro Raupp.
Na visão de Bernardo, o governo precisa trabalhar em prol da democratização da
internet no País. "Precisamos tornar a internet tão acessível como o rádio e TV
para os brasileiros", conta.
O ministro das Comunicações acredita que o investimento em pesquisas é um passo
importante para a melhora da qualidade do serviço prestado à população. "Estes
recursos, que vêm dos primórdios da web no Brasil, estão bem reservados para
estudos de desenvolvimento da internet".
Para disputar parte dos R$ 98 milhões, pesquisadores de instituições de ensino
superior e pequenas empresas - com base menor que 100 empregados - de tecnologia
devem apresentar estudos alinhados com ao menos um dos três eixos de
investigação propostos pela Fapesp: aplicações-chave para internet, engenharia e
tecnologia e fundamentos científicos. "O acordo abrange várias areas que ampliam
o foco e a atuação dos pesquisadores da internet", revela Virgílio Almeida,
secretário de Políticas de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação.