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Leia na Fonte: ClippingMP - Origem: Valor Econômico
[07/02/13]
Novo leilão de 4G vai exigir internet mínima de 10 Mbps - por Rafael
Bitencourt e André Borges
O governo já começou a elaborar a lista de exigências que serão feitas às
operadoras de celular que adquirirem as novas licenças do serviço de quarta
geração (4G). Essas licenças serão oferecidas no espaço a ser deixado ao fim da
digitalização dos canais da televisão aberta no Brasil. São frequências usadas
atualmente pelas emissoras de TV, em fase de migração do canal analógico para o
digital, na faixa de 700 megahertz (MHz).
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, informou ao Valor que haverá no
edital obrigação de oferta de internet com a velocidade mínima de 10 megabits
por segundo (Mbps) em 800 cidades brasileiras. "Introduziremos essa exigência
para que os dados virem commodities no país", disse o ministro.
Uma segunda obrigação que entrará no edital é a cobertura de sinal de voz ao
longo das rodovias federais. O objetivo é evitar que os motoristas que trafegam
pelas estradas ficam sem o serviço quando se distanciam das cidades com serviço
de celular. Bernardo disse que, para isso, os investimentos não serão "tão
pesados", pois a regra não inclui os serviços de internet. "Essa necessidade já
existia, sempre ouvimos queixas. Achamos importantes principalmente por ser uma
questão de segurança", disse o ministro ao considerar as situações de emergência
em que o condutor do veículo fica impedido de pedir socorro por falta de sinal
de celular.
A terceira obrigação que entrará no novo edital de 4G já é conhecida pelas
operadoras. Trata-se da exigência de aquisição de um percentual mínimo de
equipamentos que tenham fabricação nacional. No primeiro leilão de 4G, na
frequência de 2,5 gigahertz (GHz), a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) estabeleceu limites mínimos de investimentos em bens fabricados no
país, que aumentam ao longo dos anos, conforme são executadas as metas de
cobertura. "Queremos o Brasil na liderança da América Latina, com a capacidade
de fornecer equipamentos 4G para nossos vizinhos".
Outras exigências para as operadoras de celular deverão ser incluídas. A banda
larga prestada na faixa de 700 MHz é caracterizada pelo custo baixo, comparado à
implantação de redes nas frequências de 2,5 GHz. A faixa usada atualmente pelas
emissoras de TV garante maior cobertura com um número menor de antenas. "Nossa
prioridade não é a arrecadação com a venda das licenças, mas elevar ao máximo a
oferta de banda larga no país", disse o ministro, ao se referir à lógica de que
quanto maior o custo das obrigações menor é preço mínimo dos lotes ofertados.
Bernardo disse que o primeiro ato formal para garantir a utilização da faixa de
700 MHz pela banda larga móvel sairá hoje. De acordo com o ministro, será
publicada hoje no "Diário Oficial da União" a portaria ministerial que determina
à Anatel que adote os procedimentos administrativos que culminarão na licitação
da frequência para as operadoras de celular. Para se blindar do ataque das
empresas de radiodifusão, o Ministério das Comunicações trouxe textualmente a
garantia de que as emissoras terão garantido o direito de realocação de canais
sem que sofram com qualquer tipo de interferência dos serviços de banda larga
móvel.
A previsão do ministério é realizar neste primeiro semestre a consulta pública
sobre a nova destinação da faixa de 700 MHz. Na segunda metade do ano, será o
momento de discutir as regras da licitação com o setor e lançar o edital.
"Acreditamos que o leilão vai acontecer no início de 2014, em fevereiro ou
março", disse Bernardo. Ele prevê que os serviços 4G na faixa de 700 MHz possam
ser oferecidos até o início de 2015.
Cerca de 4,8 mil municípios já estão liberados para entrar na licitação. Porém,
outras 800 cidades ainda precisam de uma solução que atenda às necessidades dos
radiodifusores.