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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[08/02/13]
Teles já se armam para enfrentar a batalha da fixação do preço da faixa de 700
MHz - Lúcia Berbert
SindiTelebrasil sugere que modelo do leilão seja de menor preço da tarifa para
usuário e não meramente arrecadatório
Depois da definição da faixa de 700 MHz para a banda larga móvel 4G,
reivindicada pelas teles desde 2011, nova batalha é prevista para os próximos
meses: a precificação do espectro. A prática de leilão por maior preço, sempre
adotada pelo governo, as obrigações já antecipadas e ainda a possibilidade
concreta das compradoras arcarem com os custos da migração dos serviços atuais
para outra frequência, deixam as operadoras cautelosas.
A portaria que trata da destinação da faixa, publicada ontem, já prevê a
cobertura em estradas, portos e aeroportos e a ampliação da rede de fibras
ópticas, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Para o
diretor-geral do SindiTelebrasil, entidade que congrega as operadoras, Eduardo
Levy, é preciso que o edital faça sentido econômica e financeiramente, senão
quem vai pagar a conta é o usuário, que terá tarifas mais altas pelo serviço.
No caso de cobertura das estradas, por exemplo, Levy disse que o serviço será
deficiente financeiramente. Ele sugere que essa obrigação possa ser atendida por
outras frequências, que não a 4G. Mas não quis comentar a possibilidade das
operadoras móveis terem que pagar para acelerar a digitalização dos canais de TV
aberta, para limpeza da faixa. “Isso não está incluído na portaria”, justificou.
Também assusta os valores já comentados pela frequência, de até R$ 40 bilhões.
“Até hoje o Brasil só fez leilão de espectro para arrecadar, é preciso mudar
essa lógica, existem outros tipos de licitação”, disse. Ele defende que a venda
se dê pela maior cobertura, qualidade e menor preço ao usuário final. "A Anatel
tem experiência em montar edital de licitação, a partir de modelos de negócios
factíveis, até porque é que exige o TCU [Tribunal de Contas da União]",
minimizou.
Prevendo as dificuldades de negociação que vem pela frente, o discurso das
operadoras já sofreu uma leve mudança. Agora, elas dizem que a vitória pela
solução da destinação da faixa de 700 MHz é do Brasil, da sociedade como um
todo. Mas sem deixar de elogiar a decisão “corajosa” do Ministério das
Comunicações.
Levy entende que as negociações serão difíceis, até porque há um grande número
de atores interessados. Por essa razão, não acredita que o leilão aconteça antes
de um ano.