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Leia na Fonte: Teletime
[21/02/13]
Governo admite licitar menos espectro em 700 MHz se faixa estiver congestionada
e sem solução - por Samuel Possebon
Tela Viva Movél 2013
O governo e a Anatel sinalizaram que poderão, a depender das constatações que se
faça em relação à desocupação da faixa de 700 MHz, licitar apenas parte do
espectro previsto. Ou seja, em lugar de licitar todos os 108 MHz que compõem a
faixa, seriam licitadas faixas menores. "Essa é uma alternativa para o caso de
não conseguirmos fazer a transição na faixa toda, ou em algum centro urbano em
que haja mais necessidade de canais de TV do que as inicialmente previstas pela
Anatel". Com isso, a agência poderá, eventualmente, restringir o número de
grupos empresariais efetivamente interessados no mercado. O secretário de
Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, diz que a
prioridade é assegurar que ninguém que hoje recebe o sinal da TV analógica fique
sem o sinal da TV digital. "Se isso acontecer, vamos ajustar e só liberar a
faixa de 700 MHz para a banda larga onde for realmente possível".
Outra medida que pode limitar o número de players em uma futura licitação da
faixa de 700 MHz é a exigência de uma contrapartida de fibra ótica. Apenas
operadoras de telecomunicações e, eventualmente, alguns operadores de energia
elétrica, teriam infraestrutura para suportar telecomunicações no alcance
imaginado pelo governo. É improvável que um novo grupo faça esse investimento.
Segundo o secretário de Telecomunicações do Minicom, Maximiliano Martinhão, a
ideia do governo é cobrar pouco pelo espectro de forma direta e mais na forma de
contrapartidas.
Martinhão e Lins participaram nesta quarta, 20, do Seminário Políticas de
(Tele)Comunicações, organizado pela Converge e pelo CCOM/UnB.
Uso eficiente
No mesmo debate, o diretor de assuntos regulatórios da Qualcomm, Francisco
Giacomini, lembrou que é essencial que todo o espectro de 700 MHz esteja livre
para a banda larga móvel e que mesmo isso pode não ser suficiente. "Trabalhamos
com a ideia de que o tráfego de dados será multiplicado por mil. Para isso,
precisa de espectro", disse. Mas ele lembrou que existem outras tecnologias de
otimização do espectro que poderão adicionar outras possibilidades. "Hoje já se
pode otimizar o uso de algumas faixas pouco utilizadas com compartilhamento de
espectro ou com tecnologias de otimização. São coisas que precisamos começar a
debater institucionalmente".
Para o presidente da Abert, Daniel Slaviero, se os operadores de telecom querem
efetivamente ter razão nessa discussão, precisam trabalhar para otimizar o seu
espectro.