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Leia na Fonte: Teletime
[15/05/13]
Contrapartidas do leilão de 700 MHz vão resolver deficiência de backbone
nacional, diz Bernardo - por Helton Posseti
O leilão da faixa de 700 MHz será uma ferramenta importante para o governo
colocar em marcha a segunda versão do Plano Nacional de Banda Larga, também
chamado de PNBL 2.0, que tem o objetivo de universalizar a banda larga. Para
isso, é preciso ampliar as redes de backbone e backhaul. Nos cálculos do
ministério, 1,8 mil municípios não têm backhaul em fibra, fora umas 200 cidades
que não são "alcançáveis" por rede terrestre, e o governo pretende preencher
parte dessa lacuna com as contrapartidas do leilão da faixa de 700 MHz.
“Nós já temos simulações que mostram que cabe no mínimo (nas contrapartidas da
faixa de 700 MHz) todo o backbone que nós queremos fazer”, afirmou a este
noticiário o ministro Paulo Bernardo. Nas estimativas já apresentadas à
presidenta Dilma Rousseff, o plano desenhado para 10 anos consumiria recursos da
ordem de R$ 127 bilhões, sendo que R$ 27 bilhões seria destinado à parte de
backbone. O restante é para o backhaul e para levar a fibra dentro dos
municípios, nas tecnologias FTTH (fiber to the home) ou FTTC (fiber to the curbe)
- conforme o caso.
O ministro explica, contudo, que esse valor na contrapartida da faixa é menor.
“Mas eu não estou falando de R$ 27 bilhões (em contrapartidas). Estou falando de
alguma coisa que é o valor presente disso, o VPL desse negócio. Porque a empresa
vai implantar, mas ela vai ter receita”, disse ele. Além da construção do
backbone, as contrapartidas da faixa de 700 MHz devem ser compostas de obrigação
de cobertura das principais rodovias e o custo de antecipação da migração da
radiodifusão para a TV digital e limpeza do espectro.
Já em relação ao backhaul – que Bernardo chama de redes vicinais – o governo vai
intervir onde a demanda do mercado não estimula as empresas a construírem as
redes.
Essa intervenção governamental dentro do PNBL 2.0 acontecerá através da
Telebras, que vai construir redes onde as empresas não têm interesse, a exemplo
do que está sendo feito no Norte do País, e através de financiamento público.
Está prevista para junho a conexão da rede estadual de Rondônia ao backbone da
Telebras e para setembro a empresa deve chegar ao Acre.
De qualquer forma, o governo ainda não sabe qual o tamanho da conta que vai
ficar com o governo e quanto ficará com as empresas. “O dinheiro nós vamos
conseguir, porque ela (a presidenta) já disse que vai arrumar. Vou levar a
conta. Se for financiamento, com certeza diminui a nossa conta. Posso dar
financiamento para a empresa pagar em vários anos, tenho que considerar que ela
vai ter receita, então o subsídio pode ser menor”, afirma. Ele disse que o uso
do Fust é complicado porque requer mudança na Lei, e descartou a possibilidade
de não antecipar a licitação de 700 MHz, como pedem as empresas de
telecomunicações.