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Leia na Fonte: Teletime
[27/03/13]
Teles temem que problemas com ressarcimento voltem a acontecer no 700 MHz -
Helton Posseti
Representantes da indústria de telecomunicações como SindiTelebrasil, a GSM
Association e a Qualcomm tocaram em um ponto importante em relação à proposta de
nova destinação da faixa de 700 MHz, debatida publicamente nesta quarta, 26,
pela Anatel: a falta de prazos para que as emissoras desocupem a faixa.
A falta dos prazos pode trazer consequências indesejadas já conhecidas pela
agência e pelas empresas, como as vivenciadas na liberação da faixa de 2,5 GHz
pelas empresas de MMDS para o LTE. De acordo com Sergio Kern, do SindiTelebrasil,
o cronograma de limpeza de cada um dos municípios deve ser identificado desde
já, para que não haja atrasos no futuro.
Outro ponto que o SindiTelebrasil acha que não está devidamente claro na
proposta são as condições de ressarcimento para o remanejamento das emissoras de
TV. “Tal fato pode atrasar o cronograma e dessa forma prejudicar tanto o
remanejamento das operações em vigor quanto a liberação da faixa”, diz ele. O
SindiTelebrasil lembrou que no caso da faixa de 2,5 GHz , a Anatel teve que
intervir através de despacho cautelar para garantir que as teles pudessem
implantar a rede a tempo de cumprirem as obrigações de atendimento nas cidades
sedes da Copa das Confederações.
Para Luiz Catarcione, o representante da Oi, não deveria ser imputado às teles
esse custo de migração da radiodifusão. Para as empresas, a Anatel deveria
definir melhor até onde vai os custos que serão imputados às teles.
Amadeu Castro, diretor no Brasil da GSMA, concorda com o SindiTelebrasil. Para
ele, a “linguagem utilizada” dá margens aos problemas que estão sendo
enfrentados na desocupação da faixa de 2,5 GHz. A questão da falta de prazos e
suas possíveis consequências também estiveram presentes no discurso de Francisco
Giacomini da Qualcomm. Giacomini também acha que desde já a Anatel deveria
defnir os blocos que serão licitados porque "já está ficando muita coisa
importante para depois". Para ele, a configuração ideal é de um bloco de 15 MHz
+ 15 MHz e três de 10 MHz + 10 MHz, assim evita-se blocos de 5 MHz que não
entregam a máxima eficiência do LTE, segundo ele.
A Anatel ainda não definiu esses prazos (até quando as emissoras podem usar a
faixa em caráter primário e a partir de quando o uso fica sendo para a banda
larga móvel) porque o Minicom e a Anatel ainda não concluíram os estudos sobre o
replanejamento de canais. O governo, portanto, ainda não sabe quais municípios
terão o switch off antecipado e em quais ele haverá prorrogação.
Em relação às regras de ressarcimento, Bruno Ramos, superintendente de Serviços
Privados da Anatel diz que elas vão estar claras no edital, até pela experiência
adquirida com a faixa de 2,5 GHz. Mas, se a desocupação da faixa não aconteceu
dentro do prazo, a culpa, para ele, é das teles. “Existe a situação de que as
empresas não cumpriram a obrigação de entrar em acordo com quem estava na faixa.
Nós aprendemos que os quatro meses que nós demos para que elas fizessem a
migração não aconteceu dentro do prazo”, diz ele indicando que no caso da faixa
de 700 MHz pode haver um prazo maior.