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Leia na Fonte: Convergência Digital
[09/10/13]
Deputados conseguem adiar decisão da Anatel sobre 700 MHz - por Luís
Osvaldo Grossmann
Em um gesto aparentemente simbólico, parlamentares, governo e Anatel se
entenderam sobre o andamento das tratativas para deslocar emissoras de tevê e
alojar as operadoras móveis na faixa de 700 MHz. No que parece uma perfeita
reunião política, todos deixaram o encontro satisfeitos – ainda que com
diferentes interpretações.
De um lado, parlamentares da comissão de Ciência e Tecnologia deixaram o
Ministério das Comunicações confiantes de que a agência não vai avançar
imediatamente no ‘cronograma’ – ou seja, não votará na próxima semana a
destinação da faixa, etapa burocrática para o edital de licitação dos 700 MHz.
“Não haverá açodamento”, disse o deputado Jorge Bittar (PT-RJ). “Houve um
compromisso de que não haverá decisão sobre a destinação da faixa na próxima
reunião da Anatel e sobre o envolvimento da Câmara nas discussões”, comemorou a
deputada Luiza Erundina (PSB-SP).
De sua parte, porém, a Anatel também manteve a convicção de que vai manter o
ritmo. “Vamos nos reunir novamente na próxima semana para discutir e, inclusive,
convidar os próprios radiodifusores”, disse o presidente da agência, João
Rezende. “Temos que ouvir o relator, que não estava presente”, completou.
Operador nacional
Na prática, existe uma razoável possibilidade de o tema não estar na reunião do
Conselho Diretor em 17/10 – exatamente porque ficou apalavrada uma reunião com
deputados e representantes das emissoras de televisão. Mas o adiamento deve ser
breve, segundo confidenciou um dos presentes à reunião.
O simbolismo do movimento se deve ao fato de a ‘destinação’ da faixa de 700 MHz
ser uma decisão política tomada – o edital de oferta desse naco do espectro às
teles está em elaboração e o Minicom ainda espera realizar o leilão no primeiro
semestre do próximo ano.
Daí talvez o principal ‘ganho’ dos parlamentares mais sensíveis ao tema tenha
sido um ponto aparentemente paralelo: um certo endosso do Ministério das
Comunicações à retomada do operador de rede nacional para as emissoras públicas.
“Como existe uma questão no edital sobre os custos de realocar emissoras que
terão que sair, a ideia é que seja incluído aí o operador de rede. O ministro
não apenas concordou como explicou que um novo modelo permite reduzir o valor
desse operador para um terço do que estava estimado”, disse Erundina.
Em princípio, o “novo plano” – a proposta em si existia ainda nas primeiras
tratativas da EBC sobre o tema – envolve a rede da Telebras como canal de
retorno e inclusive o aproveitamento de infraestruturas que a estatal já dispõe,
como as torres.