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Leia na Fonte: Abert - Origem: O Globo
[09/10/13]  Abert critica votação ‘abrupta’ da destinação da faixa de 700 MHz

Anatel quer aprovar na semana que vem liberação para o 4G

Brasília- As empresas de radiodifusão veem o risco de "quebra de confiança" na relação com o governo, uma vez que está programada para quinta-feira da outra semana a votação da destinação da faixa de frequência de 700 MHz para a expansão da banda larga em 4G no país. O principal temor do setor é de que isso seja feito de forma abrupta, ocasionando interferências no sinal di-| gital, uma vez que a faixa passará a ser compartilhada entre celulares e TVs.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pretende votar a destinação da faixa de 700 MHz sem que algumas premissas e a real dimensão dos problemas estejam quantificadas, e isso é inaceitável — criticou ontem o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Sláviero, em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.
— Se houver a definição, haverá uma quebra de confiança entre o setor radiodifusor e o govemo — destacou.

Segundo Patrícia Ávilla, secretária de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, até novembro o governo vai trabalhar na análise dos impactos da destinação da faixa ao 4G para as redes radiodifusoras. Mas ela assegurou que haverá canais suficientes para a rede aberta no futuro.
— Precisamos concluir o replaneja-mento para avaliar os impactos disso e ver a necessidade de ações práticas para mitigar a interferência que for comprovada. Essa ação é a garantia para que haja a licitação da faixa.

Testes realizados pelo governo, radio-difusores e operadores de telecomunicações japoneses, nos últimos dois anos, preveem custos de US$ 3 bilhões.

para reduzir estas interferências.

Para a Anatel; porém, essa discussão pode ser feita mais à frente, depois que for definida a destinação da frequência e antes de os editais para a manifestação de interessados na faixa ser colocada na ma. O temor do segmento de radiodifusão, porém, é de que, mais à frente, os custos para mitigar essa interferência sejam elevados demais para o setor de telecomunicações como um todo.

Também o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Nelson Breve, manifestou preocupação com essa interferência. Ele sugeriu ao govemo e aos parlamentares que o processo seja feito com cautela.

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP), autora do requerimento da audiência pública, concluiu que ainda não existe "acúmulo de conhecimento" suficiente para que se imponha às emissoras públicas que deixem a faixa dos 700 MHz. ®