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Fonte: Telaviva
[29/04/14]
Minicom e SET divergem sobre tamanho da interferência na TV digital - por
Helton Posseti
A realidade internacional sempre foi um argumento da radiodifusão para mostrar o
quão grave pode ser a interferência do LTE na TV digital. No Japão, por exemplo,
o custo para mitigar a interferência foi estimado em US$ 3 bilhões. Também no
Reino Unido foi criada uma empresa com orçamento de 184 milhões de libras
esterlinas para resolver o problema de interferência.
As referência internacionais frequentemente levantadas pela radiodifusão ao
pedir cautela na licitação da faixa foram rebatidas nesta terça, 29, em
audiência pública na Comissão de Ciência Tecnologia Comunicação e Informática do
Senado Federal, pelo secretário de Telecomunicações do Ministério das
Comunicações, Maximiliano Martinhão.
Segundo ele, no Japão a expectativa era de que a interferência afetasse 6
milhões de residências, "mas depois eles disseram que seria muito menos". Da
mesma forma, no Reino Unido, prossegue Martinhão, a expectativa era de que a
interferência afetasse 8,5 milhões de residências, mas posteriormente esse
número foi reduzido para 900 mil e depois para 90 mil.
"A realidade quando você ativa o serviço é muito diferente de quando você faz no
computador ou mesmo em testes de campo", afirma ele. "Existe problema de
interferência? Existe. Mas eles são específicos, não são a regra. A experiência
internacional é que está dizendo isso", completa ele.
A diretora de tecnologia da Sociedade de Engenharia de Televisão (SET), Ana
Elisa Faria, não poderia deixar de responder às colocações do secretário: "A
gente também foi atrás de dados oficiais e temos números um pouquinho
diferentes", disse ela.
A diretora da associação, que conduziu testes junto à Universidade Mackenzie,
afirmou que o cenário onde a interferência é mais prejudicial é quando a
residência usa antena interna, devido à proximidade da antena com os aparelhos
móveis. "No nosso caso, o brasileiro tem o hábito de usar antena interna. Há
dificuldade grande em viabilizar antena coletiva em alguns prédios", afirma.
Ela mencionou uma pesquisa do Ibope na cidade de São Paulo para a qual 50% das
pessoas declararam que a TV aberta é a única forma de assistir TV; dessas, 25%
declararam que recebem o sinal por antena interna. "Este grupo está mais
suscetível porque o hábito é assistir à TV com o celular do lado. O emprego da
faixa de 700 MHz põe em risco esse hábito", afirma ela.