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Leia na Fonte: Convergência Digital
[21/08/14]
Com outorgas e ressarcimento, 700 MHz tem preço mínimo de R$ 11,3 bilhões -
por Luís Osvaldo Grossmann
Já está disponível o edital da faixa de 700 MHz, fatia do espectro que, espera a
Anatel, vai turbinar a oferta de 4G no Brasil até o fim desta década. Para usar
essa privilegiada radiofrequência, porém, as operadoras móveis terão que pagar,
pelo menos, R$ 1,9 bilhão por cada uma das quatro outorgas de cobertura
nacional.
Com o rateio do ressarcimento às emissoras de televisão, que passarão a
transmitir em outros endereços do espectro, a conta mínima chegará a R$ 2,8
bilhão a cada uma das grandes operadoras celular. Junto às fatias das áreas da
CTBC e Sercomtel, o leilão vai a R$ 7,7 bilhões em outorgas e R$ 3,6 bilhões em
indenizações e na digitalização da televisão. Pelo menos R$ 11,3 bilhões.
Na prática, esse valor é R$ 560 milhões maior porque cada uma das empresas que
comprou espectro de 2,5 GHz, em 2012, seguramente vai aportar o adicional –
entre R$ 138,2 milhões e R$ 155,1 milhões – pelo “bônus” de poder utilizar
outras radiofrequências para cumprir metas de cobertura daquela licitação.
Essa metodologia foi a base do convencimento que levou o Tribunal de Contas da
União, na véspera, a remover a decisão que impediu a publicação do edital nas
últimas duas semanas. Outra, foi uma maior clareza nos distintos papéis da
Entidade Administradora da Digitalização e do Grupo de Implementação da
Digitalização.
A primeira será uma sociedade privada, constituída pelas teles vencedoras do
leilão para operacionalizar a transição no uso da faixa. É nessa sociedade, a
EAD, que serão aportados os R$ 3,615 bilhões – em quatro parcelas até 2018. Já o
grupo, ou Gired, com governo, Anatel, teles e tevês, define as metas e
cronogramas desse processo.
Terão direito ao ressarcimento as emissoras em operação um ano antes dos
desligamento analógico, ou que comprovem investimentos com esse objetivo. Esse
ressarcimento não será em dinheiro, mas “exclusivamente por meio da aquisição e
instalação, ou adaptação, quando possível, de equipamentos e infraestrutura
essenciais ao funcionamento dos novos canais”.
Também serão distribuídos antenas receptoras e conversores de sinal digital para
13 milhões de inscritos no Bolsa Família. Se sobrar dinheiro daquele orçamento,
o público poderá ser ampliado. A EAD também terá que distribuir filtros contra
interferência sempre que necessário. Mas poderá propor a antecipação do
cronograma de desligamento quando entender viável.
A abertura das propostas será em 30/9, a partir das 10h, na sede da Anatel, em
Brasília. O leilão da faixa e 700 MHz se constitui em seis lotes de blocos de
frequência 10+10 MHz, para uso em caráter primário, por 15 anos renováveis. Caso
sobre algum desses seis primeiros, quebram-se em lotes de 5+5 MHz.
A aquisição dos blocos de frequência em si não traz obrigações de cobertura, mas
a opção pelo citado “bônus” de usar qualquer faixa para cumprir metas de 2,5 GHz
implica em dois compromissos: levar telefonia móvel aos distritos rurais com
mais de mil habitantes – até 30km do distrito sede; e interconectar estações
radio base com fibras ópticas até o fim de 2017.
O edital também repete exigências de nacionalização de equipamentos. Até o fim
de 2016, 65% das aquisições das vencedoras devem seguir a regra prevista, sendo
50% deles via Processo Produtivo Básico (portanto, fabricados no país) e 15% com
tecnologia nacional – percentual este que sobe para 20% entre 2017 e 2022. O
portal Convergência Digital disponibiliza a íntegra do edital de 700 Mhz.
Clique aqui e veja o edital de licitação da faixa de 700 MHz (PDF - 1,3 MB)