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Fonte: Teletime
[13/02/14]
Parâmetros técnicos para assegurar a convivência nos 700 MHz são "demasiado
brandos", diz SET - por Fernando Lauterjung
Os testes realizados durante sete meses pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie, em convênio com a Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão
(SET), apontam que a introdução da banda larga móvel 4G/LTE na faixa de
frequência de 700 MHz poderá, sim, causar interferências em milhões de
televisores.
Para a SET, que divulgou os estudos nesta quinta, 13, a Resolução 625/13 da
Anatel - que estabelece que o 4G ocupe a faixa de frequência de 700 MHz -
especifica parâmetros técnicos "demasiado brandos" para assegurar a convivência
entre o serviço de banda larga e o de TV aberta, que ficam em faixas vizinhas no
espectro de frequências. A entidade enviou os resultados dos testes ao
Ministério das Comunicações e à Anatel e apontou alguns pontos que considera
fundamentais para mitigar a interferência entre os serviços.
O presidente da SET, Olímpio Franco, lembra que os receptores de TV que serão
fabricados até 2018 não virão com filtros embutidos para a faixa do 4G, uma vez
que a faixa ainda estará ocupada pelos canais de TV. " O legado previsto é de
mais de 100 milhões de TVs sem filtro até o final de 2018", diz.
Principais medidas
Segundo Ana Eliza Faria e Silva, à frente do grupo SET de estudo das
interferências LTE X radiodifusão, os filtros de recepção serão fundamentais
para mitigar a interferência do LTE nos receptores de TV. No entanto, não
resolvem o problema sozinhos. Segundo ela, o filtro degrada o sinal da TV, mas é
um mal necessário. Os estudos do Mackenzie apontam que a interferência pode vir
das torres LTE e dos próprios terminais móveis. No segundo caso, diz Ana Eliza,
o filtro é pouco eficiente, pois a banda de guarda reservada para separar a
radiodifusão da banda larga móvel é muito estreita.
Segundo a engenheira, todo o sistema de recepção montado na maioria dos lares
não prevê esse tipo de interferência. Nos lares que usam antenas internas, o
potencial de interferência pelos terminais móveis é muito maior. "A solução é a
substituição por antenas externas, o aumento da banda de guarda para viabilizar
a construção de filtros mais eficientes e a redução da emissão fora da faixa nos
terminais de usuários", diz. Este último ponto poderia ser resolvido na
homologação dos equipamentos, obedecendo parâmetros mais rígidos.
“A necessidade de reformular o parque doméstico de antenas de recepção implica
custos expressivos, que ainda precisam ser calculados, e num enorme desafio
logístico. Também impõe aos profissionais da SET a responsabilidade de apoiar o
desenvolvimento de profissionais e a especificação de equipamentos adequados a
essa tarefa”, completa Olímpio Franco.
Segundo o presidente da SET, o custo estimado no Japão para a readequação de um
sistema de antena coletiva é de aproximadamente US$ 500, incluindo o custo de
mão de obra. No entanto, no Brasil, o uso das antenas coletivas não é tão
difundido. A entidade estima que em São Paulo aproximadamente metade dos lares
recebam os sinais da TV aberta por antenas internas. Neste caso, é necessário
implantar todo o sistema de antena externa. "Resolver a interferência não será
viável apenas deixando um filtro na porta das casas que estejam em zona de
interferência das torres", destaca Ana Eliza.