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Fonte: Convergência Digital
[14/02/14]
Para TIM, leilão do 700 MHz exigirá 'regras muito claras' - por Ana Paula
Lobo
Em teleconferência de resultados do 4º trimestre, realizada nesta sexta-feira,
14/02, o presidente da TIM Brasil, Rodrigo Abreu, sustentou que não há como
acontecer o leilão da faixa de 700 MHz - previsto pelo governo para agosto - sem
que os custos de limpeza - referindo-se à indenização prevista para ser paga aos
radiodifusores - não estejam absolutamente estabelecidos e 'colocados no papel'.
Também lembrou que há questões técnicas de interferências não resolvidas e que
podem interferir na realização do processo.
Abreu sustentou que o uso da faixa de 700 Mhz é importante para a oferta da
banda larga móvel, mas frisou que todas as questões para a sua utilização
precisam estar 'transparentes e muito claras'. "Temos que saber se o leilão vai
pelo preço da licença para o governo, se haverá contrapartidas impostas à sua
aquisição, enfim, há muitos pontos que precisam ser esclarecidos para a
revelação de um real interesse", colocou.
Segundo ainda o presidente da TIM Brasi, é essencial, por exemplo, que o custo
financeiro da 'limpeza' da faixa - responsabilidade imposta às teles pela Anatel
- esteja 'mitigado e estabelecido para evitar surpresas futuras'. Sobre o
compartilhamento de infraestrutura em 700 MHz, o executivo diz que é prematuro
falar. "O compartilhamento é uma realidade no 3G e no 4G, mas temos que avaliar
todas as condições do uso da nova faixa. É bom lembrar que haverá uma
sobreposição do 2,5Ghz, onde já há serviço, e o 700 Mhz", sustentou.
Abreu lembrou que há, sim, questões técnicas envolvendo o uso da faixa. "Ha
estudos que mostram isso e precisamos ter tudo muito bem esclarecido porque é um
investimento financeiro importante", disse. Diante de tantas 'incertezas', o
presidente da TIM Brasil foi reticente com relação à realização do leilão num
ritmo tão rápido como o pretendido pelo governo. O novo cronograma da Anatel
para a realização do leilão 700 Mhz prevê o lançamento da consulta pública do
edital em abril; a publicação do edital em julho e o certame aconteceria em
agosto.
Resultados
A TIM, controlada pelo grupo Telecom Italia, registrou um lucro líquido de R$
499 milhões no quarto trimestre do ano passado, o que representou uma alta de 8%
em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. No trimestre, a receita líquida
da companhia somou R$ 5,18 bilhões, com aumento de 3,1% em relação ao ano
anterior. A receita média por usuário ficou em R$ 19,20, uma queda de 3,5% na
comparação anual.
No período, a TIM apresentou um crescimento de 4,3% na sua base de usuários,
para 73,4 milhões. Do total, o segmento de telefonia pós-paga apresentou um
avanço de 14,6%, para 12,3 milhões de linhas em uso. O total de usuários
pré-pagos cresceu 2,5%, para 61,1 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) totalizou
R$ 1,5 bilhão. O montante ficou 5,2% acima do verificado no quarto trimestre de
2012. A margem Ebitda fechou em 28,9%, o que representou um aumento de 0,6 ponto
percentual na comparação anual. Em 2013 como um todo, a TIM lucrou R$ 1,5
bilhão, com avanço de 3,9% em relação ao ano anterior. A receita subiu 6,2%,
para R$ 19,9 bilhões.
Segundo ainda o balanço, a TIM registrou 148 minutos de média de uso por
cliente, o que é 8,8% a mais do que em 2012, com uma base total de 73,4 milhões
de clientes, o que dá um crescimento anual de 4,3% e um market share de 27,1%.
No segmento 3G, a TIM praticamente dobrou sua base, para 23,6 milhões de
clientes e 24,9% de market share. No 4G, foram 405 mil clientes e 31% de market
share. Hoje, 10,5 milhões de clientes pós-pagos da TIM têm voz e dados e 663 mil
tem minimodems. No segmento de banda larga fixa, a TIM chegou a 60 mil clientes
no serviço Live TIM e 1 milhão de homes passed.