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Fonte: Teletime
[18/02/14]
Presidente da Telefônica reconhece complexidade técnica para uso dos 700 MHz
- por Bruno do Amaral
Diante dos recentes debates e estudos sobre a interferência do serviço móvel na
radiodifusão na faixa de 700 MHz, o presidente da Telefônica, Antonio Carlos
Valente, resolveu manter a cautela. Ao mesmo tempo em que considera a banda como
“excepcional” pelo alcance capaz de aplicações em atendimento de periferias e
localidades mais afastadas, o executivo reconhece que há dificuldades e
incertezas acerca do assunto. “Esse é um processo dos mais complexos que já
tivemos no Brasil”, reconheceu ele em conversa com jornalistas nesta
terça-feira, 18, em São Paulo, ao comparar com a limpeza de faixa de 1,8 GHz e
de 900 MHz no mercado brasileiro.
“O trabalho de avaliação de interferências de radiodifusão em telecomuicação e
telecomunicação em radiodifusão é uma questão técnica e exige grande
conhecimento prévio para fazer projeto de apagamento (switch off) e colocação no
ar de novas frequências para que seja algo que não vá gerar interferência
múltipla”, afirma. “Precisa pacificar questões técnicas para que esse edital
seja bem sucedido. Se avançarmos sem isso, sem que as questões estejam
absolutamente conhecidas e identificadas, com soluções devidamente avaliadas,
não podemos fazer algo benéfico”. Valente lembra que recentemente houve um caso
problemático ao se referir à TIM em São Paulo (a operadora julga ter enfrentado
interferências na faixa de 1,9 MHz por conta de telefones sem fio).
O executivo declara que há ainda um problema adicional: os repetidores da
radiodifusão para o sinal digital, que ele acredita que deveriam ser
considerados “para o bem ou para o mal” na hora de etudar interferências.
Valente reclama ainda que o País carece de expertise técnico para conduzir essas
avaliações. “Quando a gente pensa em termos de instituições com credibilidade
para fazer estudo, não há muitas, então é um tema tecnicamente complexo e é
fundamental que tenhamos ele pacificado”, diz.
Compartilhamento
O presidente da Telefônica não chegou a tecer uma avaliação sobre o acordo que a
controladora espanhola fez com a Nii Holdings, que controla a Nextel Brasil,
para compartilhamento de rede em roaming no País. Ele declarou, entretanto, que
iniciativas do tipo já foram tomadas por outras operadoras, citando não apenas o
caso de compartilhamento de espectro, mas também as operadoras móveis virtuais (MVNOs).
“Isso vai acontecer com muito mais frequência porque a razão vital é a de
aumento de tráfego”, disse.
Da mesma forma, Antonio Carlos Valente acredita que o compartilhamento na rede
de acesso é um caminho para poder atender à demanda. “As questões que se colocam
é a tal figura do feriado regulatório, porque os investimentos para uma rede de
fibra em acessos são gigantescos, ainda que tenhamos avanços na fabricação e no
processo de instalação, pois as redes agora são conectorizadas, não mais redes
de fusões”, explica.
Usando esse argumento de necessidade de junção de esforços, Valente cita o
movimento de consolidação em outros países, como no caso da Comcast com a Time
Warner Cable e na Europa, com a formação da EE (joint-venture entre Orange e
Deutsche Telekom), para justificar uma eventual tendência no Brasil. “O mercado
brasileiro está um pouco afastado desse processo todo. Essas coisas acabam sendo
pontos de reflexão”, diz, para logo depois emendar que “isso não tem nada a ver
com a Telecom Italia”. Ao ser perguntado por um jornalista se a presença no País
do CEO do grupo italiano, Marco Patuano, seria um recado a grupo espanhol,
Valente foi taxativo na negativa e ainda confirmou mais uma vez: “Não há
negociação” para uma eventual compra da TIM.