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Fonte: Tele.Síntese
[17/01/14]
700 MHz: GSMA aponta maior interferência da TV no celular do que o inverso -
por Marina Pita e Miriam Aquino
Associação aposta em filtros tanto na emissão quanto na recepção do LTE, opção
mais cara, mas considerada mais eficiente
Uma das discussões mais calorosas que envolve o leilão da faixa de 700 MHz será
a questão da interferência entre a transmissão dos sinais de TV e da 4G do
celular. Para contribuir com o debate, a associação GSMA (que reúne os
fabricantes e operadores de telecomunicações) encomendou um estudo de
intereferência, realizado nas cidades de Brasília, Campinas e em São Paulo.
Segundo Amadeu Castro e Luciana Camargos, da GSMA, o estudo não é conclusivo,
mas demonstra que algumas medidas deverão ser adotadas para mitigar a
interferência.
O mais supreendente do estudo é que, enquanto o debate travado até agora
apontava para os riscos da interferência do celular nos sinais de TV, os testes
apontaram que as maiores interferências ocorrem justamente ao contrário, ou
seja, dos sinais de TV para o 4G do celular. “Com esses testes, a nossa
principal conclusão é que existem soluções técnicas para mitigar os problemas. O
mais importante, contudo, é que tudo deverá ficar definido no edital. Ou seja,
os custos e as responsabilidades de cada ator”, afirmou Castro.
Ficou demonstrado que não haverá uma solução única, mas diferentes técnicas de
mitigação para diminuir ao máximo a população afetada. “Cada caso terá que ser
tratado especificamente”, completa Luciana Camargos, gerente senior para as
áreas de governo e questões regulatórias da GSMA.
Os testes
Foram feitos testes de interferências em diferentes direções, a saber:
- estação radiobase da LTE para a antena da TV ISDB-T;
- o celular LTE para a antena de TV;
- a transmissão ISDB para a radiobase do celular;
- a transmissão da TV para o aparelho de celular;
- a transmissão da radiobase LTE para a TV analógica;
- a transmissão do aparelho de celular LTE para a TV analógica e
- a TV analógica para a radiobase do celular de quarta geração.
Para cada um dos cenários, os testes apuraram dois tipos de possíveis
interferências:
- a interferência fora da banda (quando o sinal não desejado é captado por uma
banda adjacente); e
- a interferência de bloqueio (quando o sinal não desejado impede que o receptor
receba o sinal desejado).
E os testes indicaram que os problemas mais sérios estão na interferência dos
sinais de TV no celular, tanto no caso do bloqueio como na interferência fora de
banda. Nesses dois casos, diz o estudo, estes problemas podem ser minimizados
com a adoção de medidas para a sua mitigação. Entre elas, a instalação de
filtros tanto nas antenas de TV como nas estações radiobases; ou mesmo melhoria
da qualidade dos receptores de TV.
O mais grave, porém, é a interferência dos sinais analógicos de TV na internet
móvel, uma parte do levantaemnto que foi incluída na metade do processo por
conta da prorrogação do prazo final para o desligamento do sistema analógico.
Neste caso, a interferência só pode ser resolvida com a separação entre as
bandas, já que filtros não seriam viáveis economicamente, o que eleva o nível de
preocupação da entidade com a calendário de migração de todos os canais
analógicos e entrega da faixa. Os resultados do estudo apontam para o aumento da
pressão sob a Anatel por definições bem claras quanto ao desligamento analógico
em todo o país.
A interferência do LTE no ISDB-T é baixa, conforme o estudo, na avaliação de
bloqueio de sinal, mesmo sem dispositivos de mitigação. Na avaliação das
emissões fora da banda, a interferência seria média, mas cairia para baixa após
o uso de técnicas de mitigação. Nesse caso último caso, a população afetada,
mesmo sem recursos de mitigação, seria de menos de 50 mil em São Paulo, menos de
10 mil em Brasília e Campinas. Segundo o relatório, utilizando mitigações, o
número de pessoas afetadas poderia ser eliminado.
Já a interferência da das antenas de ISDB-T (150m) na estação radiobase LTE é
alta tanto no caso de emissões for a da banda, quanto no bloqueio do sinal, no
caso de não uso de recursos de mitigação. Mas o estudo aponta que tais técnicas
poderiam diminuir o nível de interferência para pequeno. A interferência das
antenas de TV digital é pequena em equipamentos dos usuários. O estudo aponta
que a distância de separação do ISDB-T e do LTE pode ser reduzida de mais de 10
km para menos de 600 m, desde que usados sistemas de mitigação.
Opções para mitigação de interferência
O estudo considerou diversas técnicas de mitigação de interferências. Entre
elas: limite na potência de emissão dos sinais de TV, filtro para base sistema
de emissão e recepção na radiobase, filtro no sistemas de emissão de
radiodifusão, polarização ortogonal, filtro no receptor deméstico de TV, antena
doméstica melhorada e receptores de sinal de TV de boa qualidade. De todos
esses, os apontados como mais eficientes são: filtros de emissão e recepção na
estação radiobase, filtros de emissão no transmissor de ISDB-T combinado com
limite da potência da emissão do sinal de TV nos canais mais altos. No entanto,
a implementação de filtros tanto para a emissão quanto para a recepção é a opção
mais custosa, mas reduz a probabilidade de interferência.
No caso da TV analógica e os receptores de LTE, o estudo propõe uma separação de
frequência de, pelo menos, 20MHz, durante a migração da TV analógica para
digital.
Eventualmente, será necessária a utilização pontual de mitigação no receptor de
TV doméstico, para superar problemas locais de interferência.