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Leia na Fonte: Convergência Digital
[17/01/14]  700 MHz: GSMA propõe 'trégua' entre teles e radiodifusores - por Ana Paula Lobo

Uma mobilização pela trégua entre teles e radiodifusores na faixa de 700 Mhz. Essa é a principal medida sugerida pelo estudo da GSMA divulgado nesta sexta-feira, 17/01. Nele, a entidade, ligada às operadoras de telecom, analisa formas de mitigar a interferência entre os novos sinais da rede móvel LTE e os serviços de televisão existentes e planejados. Em outubro, a Anatel tomou a decisão de atribuir o Dividendo Digital para os serviços móveis e de adotar o plano de canalização da Ásia-Pacífico (APT) para a faixa de 700 MHz, o que liberaria a faixa para os novos serviços móveis LTE.

As previsões indicam que a utilização da faixa de 700 MHz para a banda larga móvel gerará substanciais benefícios socioeconômicos para o Brasil, contribuindo com um adicional de US $1,4 bilhão para o PIB, criando mais de 4.300 oportunidades de emprego e gerando receitas fiscais adicionais de US $1,3 bilhão até 2020..

"As operadoras móveis querem trabalhar em estreita colaboração com a Anatel e a comunidade de radiodifusão, para entender qual a melhor forma de coexistência entre seus respectivos serviços, e garantir uma experiência de ótimo nível em LTE e televisão para a população brasileira," salienta Tom Phillips, Diretor Chefe para a Área Regulatória da GSMA. "Por meio de uma rigorosa modelagem, o estudo mostra que um cuidadoso planejamento do uso do espectro pode mitigar o potencial de interferência entre serviços móveis e de radiodifusão que operem mais próximos um do outro."

O estudo focalizou as cidades de Brasília, Campinas e São Paulo, pois elas provavelmente serão algumas das áreas onde uma interferência na recepção de sinais de televisão e de serviços móveis poderá apresentar maiores problemas. Virtuais interferências deverão ser menos agudas em outras áreas e, portanto, mais fáceis de mitigar.

A compatibilidade com os sinais de televisão analógica também foi incluída no estudo, devido aos planos de longo prazo previstos em relação à conversão para o sinal digital. Como a televisão digital no Brasil usa a tecnologia ISDB-T, esse estudo também é relevante para outros mercados, incluindo Chile, Costa Rica e Equador, onde o Dividendo Digital foi atribuído para redes móveis.

Embora o estudo não tenha sido projetado para prescrever uma solução única e específica, ele oferece um ponto de vista objetivo a partir do qual as operadoras móveis e empresas de radiodifusão poderão basear suas decisões para reduzir a interferência entre seus sistemas. As principais conclusões do relatório são:

A população afetada é geralmente pequena, e pode ser reduzida aplicando-se as devidas técnicas de mitigação nas áreas com potencial de interferência. Por exemplo, em Brasília e Campinas, a população afetada seria menor que 10.000 pessoas, e por meio da mitigação o problema poderia ser praticamente eliminado;

A aplicação de filtros para os transmissores de sinais de TV ISDB-T e para as estações de base LTE poderia ajudar a reduzir significativamente a probabilidade de saturação e de interferência fora da faixa;

É baixa a probabilidade de interferência de dispositivos LTE, tais como smartphones e tabletes, com o sistema de TV ISDB-T por meio de saturação e também de interferência fora da faixa; e

Adotar planos que evitem emissões de alta potência nos canais superiores de televisão (especialmente os canais 48-51) permitirá a coexistência, pois o potencial de interferência é mais acentuado onde separação de frequências entre ISDB-T e LTE mais baixa.

*Com informações da GSMA