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Fonte: Tele.Síntese
[23/07/14]
Edital de 700 MHz quer teles bancando call center e propaganda para TVs -
por Miriam Aquino
Além de adquirir os equipamentos para os radiodifusores instalarem os seus
sitemas digitais e distribuir conversor, filtro e antena externa para as
famílias de baixa renda listadas no Bolsa Família, a entidade, bancada pelas
teles, terá que ter dois outros custos adicionais: criar um call center para
explicar a toda a população sobre as questões relativas ao desligamento da TV
analógica; e fazer campanha publicitária, inclusive em TV aberta, sobre este
desligamento.
O edital de venda de 700 MHz, que deverá ser publicado nesta sexta-feira, 25,
pela Anatel trará bem mais obrigações às operadoras de celular que comprarem
esta frequência do que o já anunciado. Conforme a minuta do documento a que o
Tele.Síntese teve acesso, a Entidade Administradora do Processo de
Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV (EAD), empresa que deverá
ser criada para viabilizar a migração das emissoras de TV abertas para outras
frequências, limpando assim o espectro para a banda larga, terá mais custos do
que só a compra de equipamentos.
Além de adquirir os equipamentos para os radiodifusores instalarem os seus
sitemas digitais e distribuir conversor, filtro e antena externa para as
famílias de baixa renda listadas no Bolsa Família, a entidade, bancada pelas
teles, terá que ter dois outros custos adicionais: criar um call center para
explicar a toda a população sobre as questões relativas ao desligamento da TV
analógica; e fazer campanha publicitária, inclusive em TV aberta, sobre este
desligamento.
E não serão as teles e sua entidade que vão definir esta campanha e seus custos,
mas sim o grupo diretor formado por representantes da Anatel, do Ministério das
Comunicações, quatro representantes das operadoras de celular vencedoras da
licitação e quatro representantes dos radiodifusores.
Diz o texto: Cabe ao Gired “Definir a forma e demais aspectos do provimento,
pela EAD, de página na Internet e campanha publicitária, inclusive em TV aberta,
para informar toda a população sobre o processo de redistribuição de canais e de
desligamento do sinal analógico de TV, e também sobre as formas de mitigação das
possíveis interferências prejudiciais quando da implantação das redes SMP na
faixa de 700 MHz”.
No caso do call center, o texto explicita que a EAD deverá “criar uma central de
atendimento telefônico gratuita e atendimento pela Internet para dirimir dúvidas
e para auxiliar toda a população na instalação dos filtros de recepção de TV e
Conversores de TV Digital Terrestre, dentre outros”.
Garantias
As regras estabelecem também a obrigatoriedade de as operadoras apresentarem
duas garantias: para assegurar o cumprimentos das obrigações de telecomunicações
e também para as obrigações com os radiodifusores e distribuição de conversores.
Outra determinação instigante é que embora, o edital estabeleça o prazo de até
2018 para a efetivação do depósito (em parcelas de 30%,30%,30% e 10%) esta
entidade deverá ser criada com prazo de duração indeterminado.
Pelo sim, pelo não, o edital prevê ainda que, se sobrar dinheiro, depois que
todas as obrigações forem cumpridas, a sobra deverá ser gasta com novos
conversores para outras camadas da população. Se faltar dinheiro (o montante
será conhecido na publicação definitiva do edital, juntamente com o preço
mínimo) as teles terão que aportar a diferença, mas serão ressarcidas no futuro
no pagamento pela licença.
Preço
O leilão vai sair mesmo salgado. O preço mínimo deverá ficar em R$ 8 bilhões (R$
2 bilhões por cada uma das quatro faixas a serm leiloadas), fora o montante
previsto para o ressarcimento, também de alguns bilhões. Estes valores, soprados
por diferentes fontes, só serão mesmo conhecidos com a publicação definitiva do
edital.
Escaldada, a agência também corrige nesta peça alguns problemas enfrentados no
passado. Entre eles, explicita o prazo para o pedido para a renovação da
outorga, e impede que a vencedora deixe de depositar as garantias ou não pague a
primeira parcela.
MMDS
Fica mantida também no edital a tese de que as operadoras só ficarão liberadas
de usar outras frequências para cumprir os compromissos do leilão de 2,5 GHz se
pagarem o que devem aos operadores de MMDS. Diz o texto: “O exercício da
possibilidade está condicionado à existência de quitação ou acordo em
cumprimento relacionados aos custos de substituição ou remanejamento para
desocupação das Subfaixas objeto do Edital de Licitação nº 004/2012/PVCP/SPV –
ANATEL, firmados pelas Proponentes vencedoras com os antigos detentores de seu
direito de uso, associado ao Serviço MMDS”.