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Fonte: Tele.Síntese
[04/06/14]
Leilão 700 MHz: Fazenda reclama da falta de cronograma do desligamento da TV
- por Lúcia Berbert
Órgão pede a redução do limite de espectro, fim do tratamento diferenciado para
quem tem faixa abaixo de 1 GHz e adoção do modelo simultâneo de licitação
Em contribuição à consulta pública sobre a proposta de edital de licitação da
faixa de 700 MHz, a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério
da Fazenda, sugeriu três modificações: a redução do Spectrum Cap da segunda
rodada de 40 MHz para 30 MHz; a não imposição de tratamento diferenciado na
primeira rodada do leilão, para proponentes com grandes quantidades de
frequência abaixo de 1 GHz em relação aos que têm pouco ou nenhuma; e que adote
leilões simultâneos ao invés do sequencial. O órgão também reclamou da falta de
definição de preços e custos e do cronograma de desligamento do sinal analógico,
informações que considera fundamentais para que as operadoras interessadas
montem seus planos de negócios. O prazo de contribuições foi encerrado nesta
terça-feira (3), com 236 manifestações.
De acordo com a contribuição da Seae, o limite de espectro estabelecido para a
segunda rodada do leilão, de 40 MHz ante os 20 MHz da venda inicial, poderia
favorecer a criação de um duopólio com duas operadoras proprietárias de 40 MHz
cada. Isso aconteceria se, na primeira rodada, apenas dois interessados
comprassem os lotes 1 e 3, os mais distantes do canal 51 e, portanto, menos
suscetíveis a interferências, sendo que restaria um total de 40 MHz a serem
revendidos na rodada seguinte. “Neste contexto, os mesmos ganhadores da 1ª
rodada, que já haviam adquirido um bloco de frequência de 20 MHz cada, poderiam
habilitar-se na segunda rodada do leilão e comprar cada um deles 2 (dois) lotes
de 5 + 5 MHz, perfazendo um total de 40 MHz para cada. O resultado final do
leilão de 700 MHz seria a criação de um duopólio com duas operadoras
proprietárias de 40 MHz cada”, sustenta a Seae.
Com relação à diferenciação de tratamento para quem tem mais faixas abaixo de 1
GHZ, a Seae entende que as atuais operadoras nacionais não possuem grandes
blocos de frequências emparelhados de 2×20 MHz em frequências abaixo de 1 GHz,
que são ideais para executar com melhor eficiência espectral o Long Term
Evolution (LTE) para transmissão de dados. Assim, a necessidade de mais
frequência para atender a demanda por banda larga sem fio é ainda um problema, e
será necessário o refarming das atuais bandas de frequências de 850 MHz e 900
MHz. “No entanto, o problema é que essas frequências estão muito fragmentadas
dificultando a reutilização para o 4G”, avalia a secretaria.
Sobre o modelo de leilão, a Seae sugere que agência estude e avalie a adoção de
leilões simultâneos, o que poderia aprimorar ainda mais a alocação eficiente do
espectro e a arrecadação de receitas na próxima licitação dos lotes de espectro
de radiofrequência de 700 MHz. A secretaria reconhece que o leilão ascendente
simultâneo incorre nos problemas de práticas anticompetitivas. Portanto, a
introdução deste modelo deverá vir acompanhada de métodos ou regras para
correção destes defeitos.
- Os leilões sequenciais são recomendados para situações em que os bens têm
baixa correlação entre si, enquanto os leilões simultâneos são mais apropriados
para casos em que os compradores valorizam mais a aquisição combinada de vários
lotes que a compra de cada unidade separadamente. No caso dos leilões de
radiofrequência, os lotes apresentam características tanto de complementaridade
quanto de substitutibilidade”, completa a Seae, que ainda sugere o modelo
adotado na venda de energia.