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Fonte: TNOnline
[16/06/14]
Nextel inicia serviço de 4G a partir desta semana
Dolce não descarta ainda a possibilidade de a Nextel participar do leilão da
frequência de 700 Mhz no Brasil.
Quase oito meses após ter entrado de forma mais agressiva na comercialização de
planos de dados para smartphones e transformar seu negócio antes restrito ao
serviço de rádio, a Nextel passa a oferecer o 4G. A partir desta semana, a
companhia começa o serviço celular de quarta geração no Rio de Janeiro, depois
prevê levá-lo a São Paulo, afirma o vice-presidente de Marketing, Comercial e
Inovação da Nextel, George Dolce, em entrevista ao Broadcast, serviço de
informações da Agência Estado. Ao mesmo tempo, a companhia vem expandindo os
serviços de voz e dados e espera chegar à marca de 1 milhão de usuários de 3G
ainda este mês.
No Rio, o 4G da Nextel vai operar numa faixa da frequência de 1800 MHz. A
companhia investiu em equipamentos e utilizou torres já existentes. Dolce não
revela, porém, o montante aportado até o momento. A expectativa da companhia é
de que um leilão para a mesma frequência em São Paulo ocorra ainda este ano.
A entrada no mercado de 4G simboliza um novo passo na trajetória da Nextel.
Depois de alguns testes, em outubro começou a estratégia comercial mais forte de
venda de serviços de 3G para smartphones no Brasil. Entre março de 2013 e março
de 2014, 244 mil novos usuários entraram para a base total da Nextel no Brasil,
que totalizou 4,1 milhões de clientes, segundo balanço da holding NII, que
controla a companhia. Os clientes WCDMA, padrão de 3G, já eram em março 645 mil.
"A empresa de hoje não tem nada a ver com o que ela era há um ano", comenta o
executivo.
A estratégia comercial também mudou. O negócio de rádio era mais voltado para
clientes corporativos, mas hoje eles são apenas 50% da base. Para alcançar o
público pessoa física, a Nextel teve que aumentar em cerca de 70% seu número de
lojas em doze meses, chegando a aproximadamente 730 pontos de venda.
Paralelamente aos investimentos no 4G, a companhia vem expandindo sua rede
própria. Hoje, a cobertura própria está nos Estados do Rio de Janeiro e São
Paulo, capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes. Para outras regiões, a
companhia tem um acordo com a Vivo que permite o uso da rede da companhia para
atender clientes de 3G. A parceria por enquanto não vale para o 4G. "Esse é um
acordo firmado no 3G, passível de ser expandido para o 4G", diz. Pelo acordo, a
Nextel pagará à Telefônica Brasil o montante de R$ 1,038 bilhão por serviços ao
longo de cinco anos.
A Nextel acredita que os investimentos no Brasil em 2014 podem chegar ao patamar
de R$ 1 bilhão. O montante é a maior parte dos aportes anunciados pela NII
Holdings para o ano. Em fevereiro, a companhia divulgou uma meta (guidance) de
capex de US$ 600 milhões a US$ 700 milhões em todos os países onde opera,
incluindo Chile, México e Argentina.
Dolce não descarta ainda a possibilidade de a Nextel participar do leilão da
frequência de 700 Mhz no Brasil. Em maio, o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, afirmou que a realização do leilão dificilmente passará de agosto.
"Assim como para as outras operadoras, é algo que nos interessa", afirma Dolce.
"A Nextel tem interesse em expandir sua operação no Brasil e a frequência de 700
MHz é relevante", comentou. O executivo afirma, porém, que a companhia ainda vai
avaliar a possibilidade de utilizar uma faixa que já possui, na frequência de
850 MHz, para oferecer o 4G. "Hoje já existem soluções tecnológicas para isso e
poderíamos usar essa frequência para lançar o 4G", comentou, "por que não falar
até em 5G?", acrescentou.
Apesar de reportar crescimento na base de usuários no Brasil, o resultado da NII
Holdings no primeiro trimestre foi um prejuízo de US$ 376,1 milhões, aumento de
81% em relação às perdas no mesmo período do ano anterior. A companhia anunciou
que está passando por uma reestruturação e planeja explorar opções estratégicas,
que incluem a venda potencial de partes dos negócios, parcerias ou alianças, em
meio a problemas de liquidez. De acordo com Dolce, porém, este processo não deve
impactar o crescimento no Brasil. "Estamos blindados de qualquer turbulência,
pois entregamos resultado e crescemos", diz. "A matriz entende que o Brasil
oferece grandes oportunidades", afirma.