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Fonte: Teletime
[06/03/14]
Tesouro não interfere no modelo de licitação dos 700 MHz, diz Paulo Bernardo
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta quinta, 6 que o Tesouro
Nacional tem demonstrado interesse em aumentar a arrecadação com o próximo
leilão de 4G, mas garantiu que a área econômica do governo não opina sobre o
modelo de licitação que está sendo desenhado pela Anatel.
"O Tesouro não está interferindo. O Tesouro me procurou, o Arno (Augustin,
secretário do Tesouro Nacional) precisa cumprir a meta fiscal, e quer saber qual
será a arrecadação. E até deixou claro que tem interesse que a arrecadação seja
a melhor possível. Agora, a definição técnica do modelo de leilão está sendo
feita pela Anatel, e não está pronta ainda", disse Bernardo.
Inicialmente, o valor da arrecadação com o leilão estava previsto em R$ 6
bilhões. Segundo Bernardo, a faixa de frequência de 700 MHz vale até mais que R$
12 bilhões, mas ele explicou que algumas obrigações, que serão impostas aos
ganhadores, reduzem o valor da outorga.
O ministro garante que as empresas que ganharem a licitação terão que ressarcir
as despesas com a redução de interferências e a liberação de faixas de
frequências, necessárias para a implantação da nova tecnologia. Mas o governo
ainda não definiu se irá abrir mão de outras obrigações para aumentar o valor da
outorga, como a antecipação de metas de cobertura de 3G. No último dia 19, o
secretário executivo do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, já havia
falado da expectativa de aumento da arrecadação. Na mesma ocasião, conforme
noticiado por este boletim, a Anatel também negou o desejo de discriminar
operadores ou fazer a licitação de blocos desiguais.
A tendência é de que o leilão seja dividido em quatro blocos, como está previsto
na resolução que determinou as regras para a licitação. Bernardo deixou claro
que não haverá distinção de obrigações para cada tipo de bloco, especialmente no
que diz respeito à neutralidade de rede, que é a previsão de que os provedores
tratem da mesma forma qualquer pacote de dados. "Isso não vamos fazer de jeito
nenhum. O governo é a favor da neutralidade, está no nosso projeto do Marco
Civil da Internet, e vai ser respeitado pelo ministério e pela Anatel", disse.
Segundo ele, a mudança pode ser o desejo de alguém, "mas não está na nossa
cogitação de jeito nenhum".
Com informações da Agência Brasil