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Leia na Fonte: Mobiletime
[07/03/14]
Venda de torres deve financiar leilão do 700 MHz para a TIM Brasil -
por Letícia Cordeiro
A Telecom Italia e sua subsidiária TIM Brasil ainda trabalham internamente na
precificação do valor das suas torres móveis no País, mas a ideia é que o
dinheiro da venda ajude a financiar a participação da TIM no leilão de 700 MHz
que pode acontecer em agosto e a posterior implantação da rede 4G, de acordo com
o CFO da Telecom Italia, Piergiorgio Peluso. "Ainda estamos tentando desenhar os
detalhes internamente antes de seguir para o mercado com a sondagem por ofertas,
mas isso deve acontecer ainda esse ano, no primeiro semestre", detalhou.
Independentemente da conclusão das vendas das torres, a TIM Brasil tem
flexibilidade financeira para participar do leilão dos 700 MHz, garantiu por sua
vez o presidente da operadora brasileira Rodrigo Abreu, em sua participação
durante a conferência de resultados da holding italiana. "É realmente
estratégico para nós e temos a flexibilidade necessária para participar. É a
continuidade do sucesso da nossa estratégia iniciada com o primeiro leilão de
4G, no qual, apesar de termos sido uma das últimas a ganhar um bloco de
espectro, já temos 31% do mercado brasileiro de LTE", comemorou Abreu, ao
lembrar que a TIM adquiriu um bloco dos blocos de 10 MHz + 10 MHz do espectro de
2,6 GHz. Ao lado da Oi, a TIM comprou um dos blocos menores de espectro. Claro e
Vivo adquiriram os blocos de 20 MHz + 20 MHz.
Abreu pontuou, contudo, que embora haja já alguns indícios de definição, há
ainda muita incerteza envolvendo o leilão dos 700 MHz, inclusive se haverá tempo
suficiente para conclusão de todos os testes de interferência para que a
licitação seja realizada ainda este ano.
"Há ainda muita discussão sobre se acontecerá esse ano ou não. Obviamente o
governo quer e está se esforçando para que isso ocorra ainda esse ano,
possivelmente até agosto, mas há pontos ainda em aberto", disse. O executivo
classificou como positiva a indicação da Anatel de que devem ser licitados
quatro blocos de espectro de 10 MHz + 10 MHz, uma vez que há quatro grandes
players no mercado. "Também há uma definição positiva sobre o fato de que todo o
custo de limpeza dos atuais ocupantes do espectro, que são os broadcasters, será
pré-definido na composição dos preços da faixa. Então, sem surpresas no futuro,
como custos adicionais", completou.
Os pontos desconhecidos, no entanto, é que preocupam. "Essa limpeza de espectro,
que precisa ser feita antes de ele poder ser utilizado, está sujeita a testes
técnicos. Há testes técnicos em andamento para identificar a interferência entre
os serviços de TV e de banda larga móvel e precisam ser concluídos em tempo para
definir os custos de limpeza e para que o leilão aconteça em agosto, mas há
pouco tempo para concluir tudo isso. Em todo o caso, estamos consistentes com
nossa estratégia. É importante para nós e vamos participar caso ocorra, mas
ainda há muita indefinição sobre se irá ou não ocorrer", conclui.
GVT
Questionado sobre os rumores envolvendo uma possível consolidação entre a TIM
Brasil e GVT, subsidiária da francesa Vivendi, o CEO da Telecom Italia, Marco
Patuano, voltou a afirmar que não há qualquer negociação em andamento. "O que
está claro é que a possibilidade de uma combinação que cria sinergias entre a
rede móvel da TIM e a rede fixa da GVT existe, mas não estamos trabalhando em
nada. Não há negociação nenhuma sobre uma potencial combinação no Brasil. Nossa
prioridade hoje é investir pesadamente na nossa rede móvel. Rodrigo (Abreu) está
fazendo um excelente trabalho, mas ainda não estamos satisfeitos com a qualidade
da nossa rede de dados. Devemos ter uma melhora nisso neste ano, deveremos
investir em espectro esse ano e o negócio móvel por si tem muita atividade em
que estamos completamente comprometidos", afirmou.
O discurso de Patuano também se repetiu quando questionado sobre uma possível
venda no Brasil. "Fomos muito claros. Estamos no Brasil para ficar. Investimos
mais em 2013 do que em 2012 e o Capex de 2014 será levemente superior ao do ano
anterior. Nossa posição no mercado móvel é de que estamos para ficar", disse.
Sobre a operação fixa, no entanto, o que deve se verificar é uma menor injeção
de investimentos. "Lançamos há algum tempo uma operação fixa e devo dizer que
estamos investindo menos no nosso negócio fixo porque no momento estamos
concentrando todo o nosso Capex no lado móvel. O que não significa que não
estamos dispostos a explorar a possibilidade de serviços fixos, mas não estamos,
ao menos no curto prazo, pensando em lançar serviços em escala para o consumidor
final". Patuano explicou que o que a operadora está fazendo é redesenhar a
estratégia de negócio que a Intelig já tinha com base na experiência da Telecom
Italia no mercado italiano. "É claro que, como sempre digo em toda a minha vida,
seremos racionais. Se uma proposta interessante aparecer, estamos aqui para
avaliá-la", concluiu.