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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[07/03/14]
AET pede a intervenção da Casa Civil para barrar leilão da faixa de
700 MHz
Entidade diz que problemas de natureza técnica impedirão o avanço da tecnologia
4G no país e sugere que sejam usadas as frequências de 800, 900 e 1.800 MHz para
esse fim.
Enquanto o governo quebra a cabeça para obter mais valor do leilão da faixa de
700 MHz, previsto para agosto, para ajudar no cumprimento da meta fiscal do
governo, a Associação dos Engenheiros de Telecomunicações, na contramão, pede a
interferência do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para barrar a venda
da radiofrequência. Ao invés disso, quer que ele promova um planejamento de
longo prazo do uso do espectro, sugerindo, entre outras medidas, a implantação
da banda larga 4G nas faixas de 800, 900 e 1.800 MHz, hoje ocupadas pela
telefonia 2G.
Entre as justificativas, apresentadas na carta enviada este mês ao ministro,
está a de que diversos problemas de natureza técnica dificultarão a implantação
da tecnologia 4G na faixa de 700 MHz que, na opinião dos engenheiros, deve ser
dedicada à TV digital e, posteriormente, à banda larga 5G.
Outro argumento – ressaltado no vídeo produzido pela entidade e “lincado” na
carta – é de que a não realização da licitação reduzirá custos com
investimentos, que poderão ser dirigidos para a melhoria dos serviços. Já a
faixa de 2,5 GHz, que hoje já abriga a tecnologia 4G, a AET sugere que seja
destinada à telefonia 3G, assim como as faixas de 1.900 e 2.100 MHz.
A tecnologia 2G, praticamente superada porque só suporta voz, migraria para a 3G
até desaparecer. “Estamos partindo do princípio de que a Anatel cometeu erro
estratégico no leilão de junho de 2012 ao definir a frequência de 2,5 GHz para a
implantação da tecnologia 4G no Brasil, visto que essa tecnologia não consegue
atingir 1% de penetração de mercado nas vésperas da abertura da Copa do Mundo”,
sustenta Ruy Bottesi, presidente da AET, na carta.
No vídeo, Bottesi acrescenta que o uso da faixa de 2,5 GHz para a tecnologia 4G
não está harmonizado com outros países, o que dificulta o roaming internacional.
Mas reconhece que essa tecnologia nas faixas de 800, 900 e 1.800 MHz ainda terá
dificuldades de comunicação com telefones dos Estados Unidos. E ainda pretende
que as empresas detentoras da faixa possam migrar os serviços sem necessidade de
novas licitações. Ou seja, sem dinheiro novo para alimentar o superávit
primário.