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Fonte: Tele.Síntese
[19/03/14]
Anatel já tem data para a abertura das propostas do leilão de 700 MHz: 12 de
agosto - por Miriam Aquino
A consulta pública do edital - que legitima o lançamento da licitação no
segundo semestre - deverá ser aprovada pelo Conselho Diretor da agência até a
primeira semana de abril. O regulamento de mitigação de interferência sai também
para consulta até a próxima semana. As ideias mais criativas para o aumento da
arrecadação - venda de faixas diferentes, venda de duas faixas, fim da
neutralidade - não deverão prosperar. Mas não significa que a arrecadação será
pequena, pois outras alternativas para a venda de quatro blocos de 10 MHz já
estão na mesa, aumentando em muito o preço mínimo.
Até a primeira semana de abril será analisada pelo Conselho Diretor da Anatel a
proposta de edital de venda da frequência de 700 MHz, que irá receber também a
tecnologia 4G da telefonia celular. Apesar de muito ainda em discussão, a
agência já está com a formatação final do edital quase pronta e já tem até mesmo
uma data para a abertura das propostas (depois de concluída a consulta pública,
lançado o edital definitivo e entregues as propostas dos interessados): dia 12
de agosto, uma terça-feira.
Nesta semana, ou no mais tardar, na próxima, será aprovado, também para
consulta, o regulamento de mitigação de interferência – uma questão importante
para os radiodifusores e para os operadores de telecom. Isto porque, a faixa a
ser vendida está ocupada pelos canais de TV abertos, nas principais cidades
brasileiras, que terão que migrar para faixas mais baixas do espectro. Mas na
maioria dos municípios brasileiros esta migração não precisará ser feita de
rompante para a venda da frequência, visto este espectro não está todo ocupado.
Mas o que interessa é onde está o mercado consumidor e Anatel precisa
estabelecer, então, as regras ( e as responsabilidades) para evitar que um
serviço atrapalhe o outro, provocando interferências.
O Edital
O novo edital será bem mais simples do que os anteriores, afirmam técnicos da
Anatel. Isso porque, como não haverá metas de cobertura (o objetivo é a
arrecadação para o Tesouro), não há necessidade de definir o “filé e osso” das
cidades brasileiras. Se nada mudar até a publicação da consulta pública deverão
ser vendidas quatro faixas nacionais de tamanhos iguais – 10 MHz cada.
Esta modelagem, teoricamente, não provocaria aumento da disputa e,
consequentemente, não geraria também mais arrecadação, pois é o número exato
para atender o apetite das quatro grandes operadoras de celular que atuam no
país – Claro, Oi, TIM, Vivo-. As ideias mais criativas para aumentar a
arrecadação – venda de faixas de tamanhos diferentes, divisão do mercado em
apenas duas faixas, ou fim da neutralidade da rede nesta frequência – ainda
persistem no governo, mas não deverão prosperar.
Mas há dois quesitos que estão sendo levados em consideração para a boa
arrecadação esperada: será vendida também a autorização para as atuais
operadoras usarem esta faixa para cumprir as metas de obrigação da frequência de
2,5 GHz. Há quem diga que, na verdade, a Anatel está mesmo revendendo a faixa de
2,5 GHz.
E a segunda, pouco provável, mas ainda a ser considerada é a possibilidade de
aparecer um quinto interessado pela frequência. “Afinal, quanto vale para um
investidor ter a frequência nacional de 700 MHz e só lançar o serviço no Rio de
Janeiro e São Paulo?”, indaga uma fonte. Pode valer muito. Pelo sim, pelo não, o
Canadá acaba de vender sua frequência de 700 MHz e arrecadou por lá perto de R$
12 bilhões. Boas notícias para o Tesouro Nacional.