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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[05/09/14]  WxBR acredita em implantação do LTE em 450 MHz ainda este ano - por Rafael Bucco

Oi iniciou a seleção dos fornecedores, mas prevê uso comercial das redes apenas no começo de 2015.

Juntamente com o leilão de 2,5 GHz, realizado em 2012, foram vendidas licenças de uso do espectro de 450 MHz para as quatro principais operadoras do país: Claro, Oi, Tim e Vivo. No final de 2013, o 3GPP, entidade que busca padronizar as tecnologias de comunicação no mundo, aprovou o padrão para uso deste espectro com LTE. A coisa promete andar a partir do começo do ano, com entrada em funcionamento de redes da Oi e da Claro. Ambas as operadoras tiveram iniciativas enquadrados no REPNBL do governo federal.

Os principais fornecedores no mercado nacional são a brasileira WxBR, empresa do universo CPqD controlada por Padtech, com sociedade da Icatel, e a chinesa Huawei. Na WxBR a preparação para este momento começou há dois anos, quando no CPqD teve início o desenvolvimento da tecnologia. A empresa, inclusive, participou dos debates do 3GPP para que o padrão adotado carregasse as características desenvolvidas localmente. Objetivo alcançado, garante Samuel Lauretti, presidente da empresa. “Era uma parte importante da estratégia, porque com a tecnologia padronizada, tem adoção não só no Brasil, como no mundo”, explica.

Segundo ele, a WxBR vem recebendo propostas de operadoras na África, onde a iniciativa prevê a migração de redes 2G CDMA direto para o 4G, reaproveitando o espectro de 450 MHz, e na Europa. No Brasil, a empresa está finalizando testes de campo “para duas operadoras”, e iniciando testes “para outras duas”, diz. O que estas duas operadoras vêm testando é a conexão móvel por uso de modem de mesa (CPE). Sai o cabo ou o xDSL, entra o LTE trabalhando em 450 MHz. O equipamento da WxBR atingiu picos para o usuário próximo dos 30 Mbps. Segundo ele, o 4G em 450 MHz é capaz de cobrir uma área quatro vezes maior, trabalhando com um pouco mais metade do número necessário de estações radiobase exigidas para trabalhar na frequência de 700 MHz, por exemplo.

Como em outras vezes, Lauretti reafirma que a tecnologia será usada para atender as áreas rurais, mas acredita no potencial de cobertura em zonas urbanas, principalmente para atender a demanda por M2M e potencializar o smartgrid. Ele não revela, porém, se alguma das operadoras já faz testes com essa perspectiva de uso. No campo, o potencial é de cobrir uma população de cerca de 30 milhões de pessoas. “Nossa expectativa é que tenha implantações no final deste ano, e em 2015, entrar num ritmo mais intenso”, avalia.

Projetos
Em agosto, o Ministério das Comunicações aprovou a implantação de duas redes de acesso sem fio em LTE na faixa de 450 MHz, pela Oi, para implantação de serviços de telecomunicações na zona rural, com isenções. Ambos os projetos foram aprovados dentro do Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga (REPNBL), que prevê a desoneração fiscal do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e do PIS/Cofins. Somam R$ 148 milhões e vão cobrir cidades do Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A desoneração vale para aquisições de bens e serviços que tenham sido incorporados às obras.

Segundo a Oi, a empresa já iniciou o processo de contratação dos fornecedores. O cronograma da empresa prevê para o começo do próximo ano a entrada em funcionamento das redes que usam a frequência de 450 MHz para o LTE. Ainda neste ano deve ser feito um piloto comercial. “A Oi acrescenta que a tecnologia LTE em 450 MHz ainda está em fase de desenvolvimento”, ressalta, em nota.

A operadora tem a obrigação de realizar o atendimento rural em mais de 900 municípios do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal, beneficiando também um total de 4.092 escolas rurais, conforme o edital do leilão de 2012. “A frequência de 450 MHZ permite uma maior área de cobertura por estação, além de propiciar uma melhor cobertura em ambientes indoor. Somando-se a isso, a utilização de tecnologia LTE em 450 MHz resulta em melhoria da qualidade a ser oferecida aos clientes Oi nas áreas rurais”, afirma.

A Claro é outra companhia que trabalhar com o espectro. Também deve seguir o cronograma máximo de ter uma rede trabalhando na frequência até 2016. O projeto, já aprovado pelo Minicom para se enquadrar no REPNBL, prevê uso do 450 MHz em 693 sites e na área rural, sobretudo nos estados da região Norte. O valor a ser investido será de R$ 221,5 milhões.