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Leia na Fonte: Teletime
[10/09/14]
Abert propõe trabalho conjunto com teles para migração da faixa de 700 MHz -
por Letícia Cordeiro
O setor de radiodifusão, assim como o de telecom, é altamente regulado, mas com
o agravante de que a regulamentação do setor de TV aberta remonta à década de 60
e, nas palavras do presidente da Abert, Daniel Slaviero, "muito mais defasada em
relação ao que o ambiente convergente e de competição impõe".
Mas o ponto principal de preocupação do setor é a migração da TV analógica para
a digital e a consequente desocupação da faixa de 700 MHz para dar lugar à banda
larga móvel. "Estamos, nós e as teles, diante do maior desafio dos últimos
tempos, que enfrentaremos juntos com a liberação da faixa de 700 MHz. Temos
várias criticas sobre o processo de migração da faixa estar atrelado ao leilão,
mas isso não foi escolha nossa, foi decisão política", comenta Slaviero.
Para ele, o investimento bilionário que as operadoras estão prestes a fazer no
próximo leilão do 4G passa por uma convivência de todas as medidas propostas.
"Estamos bastante preocupados e dispostos a trabalhar junto com o setor de
telecom para que todas essa governança funcione de maneira correta. A faixa de
700 MHz já perdemos, não é mais da radiodifusão, temos agora que trabalhar na
transição", diz.
Ele acredita que o remanejamento dos radiodifusores, a distribuição de set-top
boxes e o alcance da meta de 93% dos domicílios com TV digital demandará um
"trabalho hercúleo". "Os próximos anos serão determinantes para o nosso futuro e
do setor de telecom, que vai agora investir bilhões nessa faixa. Investimos
bilhões na digitalização do sinal, não tivemos incremento das receitas e temos
custos duplicados para manter o sinal analógico e fazer implantação e operação
do digital. Por isso é tão importante para nós", explica.
Ele acrescenta que a decisão da Anatel de dar um intervalo de um ano entre o
desligamento da TV analógica e o início da operação do LTE foi acertada.
"Obviamente tem impacto econômico para as teles, mas a decisão é correta. Não
pode misturar problemas de distribuição do sinal com as interferências com a
operação da banda larga móvel e a maior parte do problema virá com um ano da
operação", finaliza.