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Leia na Fonte:
Convergência Digital
[07/04/15]
TV Digital: Por meta, Anatel exclui lares com parabólicas e TV paga - por
Luís Osvaldo Grossmann
A contagem regressiva para a TV Digital no Brasil começa nesta quarta, 8/4, com
os primeiros avisos de que os sinais analógicos serão desligados daqui um ano em
Brasília – e um pouco antes disso, ainda em novembro, na goiana Rio Verde. E
para garantir que o desligamento na data prevista, a Anatel descobriu um atalho
para chegar aos 93% de domicílios que precisam ter recepção digital garantida:
excluiu um pouco mais da metade dos lares brasileiros da base de cálculo.
“Não é 93% do todo. O foco são cerca de 30 milhões de domicílios. Quem assiste
TV por assinatura não vai ser afetado, então sai da base de cálculo. E quem hoje
recebe por parabólicas, na Banda C, também, pois não são domicílios com
televisão aberta terrestre”, explicou o coordenador do grupo de implementação da
digitalização, o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone.
Até aqui, o maior desafio da transição é o percentual previsto na Portaria
481/14 do Ministério das Comunicações, que estabelece o cronograma da transição
e certas premissas. “É condição para o desligamento da transmissão analógica dos
serviços de radiodifusão (...) que, pelo menos, noventa e três por cento dos
domicílios do município que acessem o serviço livre, aberto e gratuito por
transmissão terrestre, estejam aptos à recepção da televisão digital terrestre”.
Alcançar o patamar foi uma ação complicada em todos os países onde já houve a
transição digital. Mesmo nações prósperas, onde a compra de televisores ou
conversores não era um problema, como no Japão ou na Alemanha, o calendário de
desligamento foi sendo adiado. Não por menos, o governo vem repetindo – e o fez
novamente nesta terça-feira – que o mesmo pode acontecer no Brasil.
“A preocupação central é que possamos fazer essa migração até o desligamento
total do sinal analógico de maneira segura para que possamos garantir o
percentual máximo possível, como objetivo de governo, de pessoas que tenham
acesso ao sinal digital e com equipamento para receber o sinal digital. Não
podemos fazer um processo de exclusão, tem que ser de inclusão. Deve ser feito
de maneira muito criteriosa, inclusive ajustando o cronograma quando
necessário”, disse o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.
Dito isso, o trabalho do grupo que reúne teles, emissoras de televisão, governo
e Anatel é no sentido de garantir as datas previstas. Afinal, as operadoras de
celular pagaram quase R$ 10 bilhões entre outorgas e o custo da migração para
usar a faixa de 700 MHz. Mas só terão o espectro de fato depois do desligamento
analógico da televisão – em geral, um ano depois do switch off em cada cidade.
Daí, portanto, a fórmula apresentada nesta terça pela Anatel. O país tem cerca
de 66 milhões de domicílios. Desses, serão descontados os brasileiros que
assistem televisão por assinatura – uns 20 milhões de acessos. Também saem da
conta os lares que assistem televisão com antenas parabólicas – cerca de 22
milhões nas contas das próprias emissoras de TV. Dos 24 milhões que restam, 14
milhões, os mais pobres, vão receber conversores e antenas. Os 9,3 milhões de
lares (93% dos 10 milhões restantes) serão o alvo das campanhas para que, caso
ainda não o tenham feito, que troquem de televisão por uma capaz de receber
sinal digital.