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Leia na Fonte: Convergência Digital
[02/06/15]
TV digital: Emissoras comerciais ainda temem apagão no país
- por Luís Osvaldo Grossmann
As emissoras comerciais usaram uma audiência pública promovida pelo Senado
Federal nesta terça, 2/6, para alertar que ainda temem um “apagão” da televisão
a partir do próximo ano, quando o calendário do desligamento dos sinais
analógicos alcança grandes metrópoles do país.
“O que nos preocupa é que mais da metade da população brasileira ainda tem
televisão de tubo em casa. E nem as primeiras tevês de tela plana já conseguem
captar o sinal digital e precisariam do conversor”, disse o presidente da
Abratel (leia-se, Rede Record), Luiz Cláudio Costa.
Como lembra o executivo, embora o processo de migração preveja a distribuição de
conversores para até 14 milhões de beneficiários do Bolsa Família – que,
portanto, poderão ter acesso à programação digital mesmo com aparelhos mais
antigos – esse esforço ainda deixa muitos brasileiros de fora.
“Tem uma faixa da população que não faz parte do Bolsa família, mas que também
não tem condições de trocar sua televisão. Essas famílias não vão ter dinheiro,
ou na lista de suas prioridades, não terão condições de comprar um conversor
digital ou um televisor”, afirmou Costa.
Nas contas das emissoras, 15 milhões de aparelhos de televisão são vendidos no
Brasil a cada ano. Nesse ritmo, uma razoável parcela dos domicílios já está apto
a receber os sinais digitais – a penetração dos equipamentos com acesso ao sinal
digital passou de 2%, em 2010 e deve chegar a 54,5% até o fim deste ano - cerca
de 62,8 milhões de aparelhos.
O diretor-geral da Abert (Globo e SBT), Luis Roberto Antonik, destaca ainda uma
fonte adicional de preocupação: o edital da faixa de 700 MHz, que impôs às teles
móveis a obrigação de distribuir os conversores e antenas aos mais pobres, não
deixa expresso a instalação dos equipamentos.
“O edital não prevê instalação, o que vai exigir uma campanha muito competente
para que as pessoas instalem antenas e conversores. E ainda temos um megadesafio
de dotar os domicílios de antenas externas, menos suscetíveis às interferências
que o LTE 4G provoca na TV Digital no mundo inteiro”, disse Antonik. “Vai ser um
stress”, emendou.
As datas de desligamento estão próximas. Depois da cidade goiana de Rio Verde,
em novembro deste ano, o calendário prevê o fim das transmissões analógicas em
Brasília em abril do próximo ano, seguida de São Paulo, em maio, Belo Horizonte,
em junho, Goiânia, em agosto, e Rio de Janeiro, em novembro.