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Leia na Fonte: Convergência Digital
[01/02/11]
TIM pede definição da Anatel de preço máximo para rede no atacado - por Luís
Osvaldo Grossmann
Compradores e fornecedores de rede no atacado têm visões distintas sobre a
tentativa da Anatel de apertar as regras sobre a Exploração Industrial de Linha
Dedicada (EILD). A TIM, que se autodefiniu como maior demandante de
infraestrutura de acesso, quer que a agência amplie a regulação para determinar
preços máximos para a prestação do serviço.
É o oposto do defendido pela Oi durante a audiência pública da Anatel sobre a
proposta de um novo regulamento para EILD, realizada nesta terça-feira, 1°/2, em
Brasília. “A EILD deve ser regida pelo regime privado, como prevê a legislação,
cabendo à Anatel intervir o mínimo possível”, disse o diretor de planejamento
regulatório da operadora, Rafael Oliva.
A TIM, no entanto, foi a empresa que mais apresentou considerações sobre o novo
regulamento. Dependente das redes das concessionárias, ressaltou a “acentuada
verticalização dos grupos monopolistas” e exigiu da agência “medidas concretas
para diluir a situação de dominância no mercado de atacado” e seu consequente
impacto no varejo.
Nesse sentido, quer regulação de preço e operacional. Na primeira, sustentou a
necessidade de uma política de valores máximos “que limitem os valores
praticados pelos grupos detentores de Poder de Mercado Significativo” (leia-se,
as concessionárias). Na segunda, quer maior controle do prazo de atendimento das
ofertas no atacado.
“Em 2010, 91% dos pedidos de EILD formulados foram entregues em desacordo com a
previsão regulamentar de 30 dias, e 60% deles foram entregues em prazos
superiores a 120 dias, o que representou um óbice à ativação de 364 estações de
SMP”, destacou o diretor de relações regulatórias da TIM Brasil, Carlos Franco.
Do lado de um grande fornecedor, a Oi, como visto, quer evitar o aprofundamento
da regulação da agência sobre o mercado de EILD, como prevê a proposta em
discussão. Além de defender a manutenção de mecanismos sobre a EILD Especial - o
novo regulamento busca, especialmente, reduzir a participação dessa modalidade -
espera que qualquer mudança só se dê após as novas definições sobre Poder de
Mercado Significativo.
Um ponto de aparente convergência é a criação de uma entidade administradora do
EILD, mas mesmo nesse há interpretações diferentes sobre o escopo de atuação
desse órgão. Enquanto a TIM e a Telcomp entendem que ela deve ser efetivamente a
administradora do serviço - inclusive com adesão compulsória das concessionárias
-, a Oi defende que seja uma entidade privada para mediação dos conflitos, para
assim, também retirar essa competência da Anatel.
O alvo principal do novo regulamento sobre EILD é privilegiar a oferta na
modalidade Padrão - a Especial prevê remuneração pela construção da rede -
criando restrições a esta última. Também busca reduzir o prazo para eventuais
soluções de controvérias entre compradores e fornecedores de rede. A consulta
pública sobre o texto recebe contribuições até 14/3.