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Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na
Fonte: Teletime
[07/03/14]
Sistema de oferta mostra que links, e não EILD, são problema para a competição,
diz Baigorri - por Helton Posseti
Seis meses após a implantação do Sistema Nacional de Negociação da Oferta de
Atacado (SNOA), através do qual devem ser realizadas todas as transações entre
prestadoras que envolvem insumos de atacado, a Anatel já pode começar a analisar
as informações trazidas pelo sistema. Na avaliação de Carlos Baigorri,
superintendente de Competição da agência, o SNOA derrubou alguns mitos do setor.
Um deles é de que as empresas dificultam a contratação da EILD padrão, cujos
preços e prazos estão sujeitos à regulamentação da Anatel, e categorizam os
pedidos como EILD Especial, em que os preços podem ser estabelecidos livremente.
O que sempre se dizia é que a estratégia visava "fechar o mercado" ou ao menos
dificultar a operação do concorrente.
Um pedido de EILD deve ser padrão quando o circuito for de até 5 km do centro de
fios. Com o SNOA, a agência percebeu que 75% dos contratos de EILD da Oi, por
exemplo, são "Especiais", sendo que a maioria dos pedidos está dentro do raio de
5 km. Deveriam, então, ser considerados como EILD Padrão. Entretanto, os preços
praticados nesses contratos de EILD Especial são muito próximos dos preços de
EILD Padrão e os prazos de entrega também não são muito superiores ao prazo de
30 dias do EILD Padrão, o que derruba a tese de que a empresa poderia estar se
valendo do EILD Especial para inflar os preços ou atrasar demais a entrega com a
finalidade de prejudicar os concorrentes.
"O que a gente percebe, no caso da Oi, é que o prazo da EILD Padrão é muito
curto e a empresa não consegue cumprir o prazo. Aí a discussão é: o tamanho da
Oi gera dificuldades operacionais que fazem com que ela não consiga cumprir os
prazos regulamentares ou os prazos que estão muito apertados? O SNOA traz essa
discussão e derruba alguns mitos", diz ele em referência à suposta estratégia de
fechar o mercado através da caracterização dos pedidos como EILD Especial.
De qualquer forma, há cerca de duas semanas a Anatel fez uma alteração
significativa no SNOA para impedir a caracterização indevida de EILD Especial.
Até então, quando o pedido era para um raio de 5 km do centro de fios, o sistema
indicava que deveria ser considerado o EILD Padrão, mas não obrigava tal
caracterização porque como os dados são georeferrenciados, pode haver algum
erro.
Agora, para todo o pedido feito para um raio de 4,5 km do centro de fios, em vez
de apenas indicar que o contrato deve ser de EILD Padrão, o sistema efetivamente
obriga que seja feita a oferta dessa forma. Depois da mudança, embora ela ainda
seja recente, a Anatel já nota um aumento nos contratos de EILD Padrão.
Outro mito que foi derrubado pela transparência foi de que a EILD era "o grande
problema de competição do setor". Para a Anatel, isso não é verdade porque os
dados mostram que, embora a EILD seja o insumo mais transacionado no SNOA, 60%
dos pedidos são feitos por dois grupos: a Embratel e a TIM. "A demanda por EILD
é a limitada a dois grandes grupos, por isso ela não parece ser um problema do
setor. A nossa visão é que o problema da maior parte do setor de telecom é o de
link de Internet, em que os preços dificultam a entrada dos pequenos
provedores", afirma Baigorri.
O próximo passo da agência é ampliar a divulgação do sistema. O SNOA tem cerca
de 150 empresas cadastradas, número que está muito distante das quatro mil
autorizadas do SCM, por exemplo. Mas Baigorri observa que a inclusão desses
provedores no sistema é gradual; na medida em que eles procuram as grandes para
comprar insumos no atacado, serão informados que isso só é possível através do
sistema.