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Fonte: Teletime
[10/03/14]
TelComp contesta visão da Anatel de que EILD não é um problema do setor -
por Helton Posseti
A concentração das transações de EILD no Sistema Nacional de Oferta de Atacado (SNOA)
em duas empresas (TIM e Embratel) mostra que o preço do insumo e as condições de
oferta ainda não foram capazes de estimular as empresas a usarem as redes das
concessionárias. Essa é a opinião presidente da TelComp, João Moura.
Moura procurou este noticiário em razão das declarações do superintendente de
Competição da Anatel, Carlos Baigorri, para quem a concentração das transações
em apenas duas empresas mostra que o EILD não é um problema do mercado como um
todo, o que derrubaria, segundo ele, um mito do setor. "Míope, a Anatel comemora
ter 'derrubado mitos do setor', quando na verdade vem derrubando, sim, novos
investimentos em prejuízo da expansão de oferta ao carente mercado brasileiro",
declara João Moura.
"Essa visão está completamente equivocada. Os preços homologados têm valores
muito acima dos praticados, por isso as operadoras competitivas não têm
interesse no mercado de atacado", completa ele.
Embora a Anatel tenha criado uma fórmula para encontrar os preços razoáveis para
homologação (denominada "metodologia de replicabilidade"), esses valores,
segundo Moura, ficaram acima dos praticados atualmente.
"As empresas dizem 'meu conceito' é ter rede própria. As concessionárias
conseguiram colocar na cabeça das empresas que só existe vida com rede própria.
Eu digo a essas empresas que se elas sobreviverem, serão pequenas para sempre.
Não podemos abrir mão do legado. Não há como replicar a extensão das redes
históricas", argumenta ele.
O executivo ainda acrescenta que as operadoras competitivas no Brasil desistiram
de usar o mercado de atacado para não se sujeitar às condições impostas pelas
operadoras dominantes e por total descrença na ação da Anatel.
Para ele, o fato de diversas empresas teram partido para a estratégia de
implantação de redes próprias, entretanto, em tese, não impede que elas possam
recorrer ao uso das redes dominantes como forma de ampliar a sua cobertura. "Se
o mercado de atacado funcionasse bem, ela (a empresa) ia correndo, ela passa a
ter acesso a uma rede muito maior", pondera. "Até a GVT, que é a empresa
competitiva mais bem sucedida, só vai onde ela consegue construir rede",
completa.