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Leia na Fonte: Teletime
[07/06/13]
Manutenção da Norma 4 permite que mercado de conexão à Internet "floresça", diz
Bechara - por Helton Posseti
Aqueles que temiam que o governo pudesse transformar o serviço de conexão à
Internet em serviço de telecomunicações – dois mundos que foram separados em
1995 pela Norma 4 do Ministério das Comunicações – podem ficar tranquilos.
Embora o novo regulamento do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) permita que
as empresas do SCM façam a conexão à Internet diretamente sem necessidade do
provedor de acesso, a Norma 4 continua vigente e assim, para todos os efeitos,
conexão à Internet e telecomunicações continuam sendo bichos distintos.
"Criou-se um mito em torno da Norma 4. A Norma 4 nunca disse que você tem que
ter provedor. O que os provedores temiam, e nós não fizemos, foi transformar o
serviço de conexão à Internet em serviço de telecomunicações. E muito mais por
uma questão tributária, porque sobre telecomunicações incide ICMS, Fust, Fistel
e Funttel e no caso de provimento de conexão Internet incide o ISS", explica o
conselheiro Marcelo Bechara, que foi o relator do novo regulamento do SCM.
O Ministério das Comunicações chegou a emitir uma nota técnica em 2011
recomendando que a Anatel revisasse a Norma 4. Para Bechara, contudo, havia um
"clamor" à época provocado pela CPI da pedofilia, em que as autoridade estavam
tendo dificuldades em obter os registro de conexão. Como o serviço de provimento
de acesso é de valor adicionado, a Anatel não tem poder de regulá-lo, daí a
posição do Minicom em tornar o acesso à Internet serviço de telecom.
Hoje o contexto é outro e o impacto fiscal da revisão da Norma 4 seria um
retrocesso na intenção da Anatel de estimular o mercado de provedores de acesso.
"A visão hoje, e eu acho que o Minicom entende isso, é criar mecanismos para que
pequenas empresas possam empreender na prestação de serviços convergentes de
telecom. A Norma 4 foi mantida muito pensando nisso também, para que o impacto
fiscal não inviabilize que elas possam florescer", diz ele. Hoje o Conselho
Diretor da Anatel aprova de 30 a 40 novas outorgas de SCM por semana, que se
somam às mais de 3,9 mil empresas que atuam no ramo.
Além disso, para o conselheiro, as preocupações que levaram o Minicom a sugerir
mudanças no modelo hoje já estão sanadas. O novo regulamento do SCM, por
exemplo, antecipando-se ao Marco Civil da Internet, determina que as empresas
devem guardar os registros de conexão pelo prazo de um ano.