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Leia na Fonte: Teletime
[23/05/13]
Abranet diz que mudança no regulamento do SCM põe neutralidade em risco
Antes mesmo do início da reunião do Conselho Diretor da Anatel, que aprovou o
novo regulamento do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), a Associação
Brasileira de Internet (Abranet), que reúne provedores de Internet, divulgou um
"comunicado-denúncia" em que acusa o novo regulamento de possibilitar "o fim da
liberdade na rede" e a criação de "situação de monopólio". Para a entidade, a
inclusão da atividade de conexão à Internet para as autorizadas do SCM
(dispensando assim a necessidade de contratação de um provedor de Internet, como
já acontece na banda larga móvel e na banda larga das operadoras de cabo) "pode
pôr fim à liberdade na rede e criar situação de monopólio".
A Abranet diz que a aprovação do novo regulamento "significará a eliminação do
tratamento isonômico e o risco do desemprego de mais de 150 mil trabalhadores
diretos e indiretos do setor, sem prévio e necessário debate quanto à eliminação
dos provedores" e que permitirá "que as empresas donas da infraestrutura, as
empresas de telecomunicações, passem por cima dos 3.800 provedores de Internet
do Brasil e passem a oferecer diretamente, além do acesso banda larga, o serviço
de conexão, que é responsável pela segurança e neutralidade da navegação".
Ela classifica a mudança como um retrocesso em pleno momento em que o País
discute no Congresso Nacional a criação de um Marco Civil da Internet. "Entregar
o serviço de conexão à Internet às companhias telefônicas fere um ponto
fundamental para a garantia, na prática, da chamada neutralidade das redes".
A Abranet ainda acrescenta que "o amplo mercado de prestadores desses serviços
que se desenvolveu no País incomoda as empresas de telecomunicações, que
pressionam a Anatel para acabar com os provedores e, assim, não ter de acatar as
regras de neutralidade e competição". E conclui: "O que ninguém explicou aos
clientes finais é que eles vão pagar conta: com todos os serviços nas mãos das
empresas de telecomunicações e sem a obrigação de isonomia e transparência,
acaba a competição, e os preços ficam à mercê dos monopolistas".
Da Redação