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Fonte: Teletime
[11/04/14]
Anatel quer mudar regras do SeAC para retransmissão de canais abertos - por
Samuel Possebon
A Anatel deu aos operadores de TV por assinatura que operam com serviço via
satélite (DTH) prazo até o dia 22 deste mês para que sejam apresentados estudos
sobre a possibilidade de instalação compulsória de receptores de sinais de TV
digital terrestre atrelados ao decodificador de recepção do sinal de TV paga. A
tecnologia já existe e é oferecida por muitas operadoras, mas não está
disponível a toda a base de DTH (cerca de 12 milhões de usuários).
A preocupação da Anatel surge da constatação de que o mecanismo encontrado pela
agência para contemplar os radiodifusores nas regras do must carry (obrigação de
carregamento) impostas pela Lei do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC)
aparentemente não está dando certo.
A Lei do SeAC obriga todo operador de TV paga a levar os sinais analógicos das
geradoras locais de TV. Mas no caso do DTH, seria necessário levar mais de 500
canais, o que é inviável na prática, por falta de espaço nos satélites e pesados
custos operacionais.
A solução dada pela Anatel no regulamento do SeAC foi a de permitir que as
operadoras de DTH que levassem pelo menos um sinal pertencente a uma rede
nacional teriam que levar o sinal de todas as demais redes nacionais.
A agência estabeleceu os critérios para classificar tais redes de TV como
nacionais e enumerou 14 redes que se enquadrariam nesses critérios.
Assim as operadoras de DTH ou levam todas as geradoras (o que é inviável), ou
levam nenhuma ou levam as tais 14 redes nacionais.
O problema é que isso não está sendo cumprido por algumas operadoras de DTH,
seja por falta de espaço, seja porque não tem sido possível chegar a um acordo
negocial com as emissoras de TV sobre qual sinal carregar.
Diante disso, a Anatel quer mudar o Regulamento do SeAC de modo a tornar
obrigatória a solução híbrida, que permite ao assinante captar o sinal terrestre
disponível em sua região juntamente com os sinais normais da operação de TV paga
via satélite.
Mas há vários desafios em relação a isso. O primeiro é o custo de oferecer isso
à base legada. Depois, é necessário reprogramar os sistemas dos set-tops para
que eles "integrem" os sinais terrestres aos recursos da operadora, como guia de
programação, bloqueio de canais, classificação indicativa etc.
Outro problema é que muitas operadoras de TV paga já negociam com as geradoras
de TV a retransmissão dos sinais digitais, que não estão na regra do must-carry.
Aliás, a regra do must-carry só vale enquanto houver sinal analógico disponível
nas emissoras abertas. Após o desligamento analógico (switch-off), vale o que
for negociado entre as partes. Mudar o Regulamento do SeAC no momento em que o
governo sinaliza o início do switch-off em 2015 pode significar um retrabalho
futuro.
Por outro lado, operadores de DTH não se conformam com a regra das 14 redes
nacionais. Alegam que a classificação da Anatel não considerou a relevância
desses canais para o assinante e que carregá-los significa ter que abrir mão de
conteúdos de maior interesse, por falta de espaço.
Outros radiodifusores, como o SBT, se queixam que apenas a Globo consegue
acordos de carregamento na modalidade local-into-local, ou seja, com o sinal de
suas afiliadas locais sendo retransmitido diretamente no satélite apenas para a
respectiva região. O imbróglio sobre o tema é grande e a Anatel ainda não sabe
como conseguirá contornar o problema.