A Anatel aprovou nesta quinta-feira, 2, a reinclusão da cláusula que
explicita a reversibilidade do backhaul no aditivo contratual das
concessionárias de telefonia. A medida poderá pôr fim à disputa judicial
iniciada pela Pro Teste e que suspendeu liminarmente a implantação dessa
infraestrutura como meta de universalização. Isso porque a liminar vem sendo
ratificada pela Justiça exatamente pela falta de segurança de que esta rede
é reversível à União no final da concessão, em 2025.
O novo aditivo contratual com a cláusula não passará por consulta pública
porque a recente mudança nos contratos, que passou pelo crivo da sociedade,
já continha o texto. O trecho incluindo o backhaul na lista de bens
reversíveis (cláusula 3) foi retirado na reta final de análise do contrato,
quando a minuta estava no Conselho Diretor.
Quando a Anatel chamará as empresas para assinar o aditivo é um incógnita.
Se todas as concessionárias se disporão à assiná-la é outra dúvida que paira
sobre este caso. A Oi recentemente assegurou que irá assinar "qualquer
documento" que esclarece a reversibilidade da nova rede. Assim, Oi e BrT
estariam asseguradas na estratégia de solucionar a polêmica contratualmente.
CTBC e Sercomtel também já teriam se posicionado a favor da reinclusão da
cláusula quando a Anatel ainda estava negociando uma solução com as
concessionárias para reverter a decisão judicial. A grande dúvida é o
posicionamento da Telefônica. Em suas últimas declarações públicas,
representantes da empresa evitaram fazer comentários mais claros sobre a
reversibilidade natural desta rede e não prometeram em momento algum assinar
o aditivo contratual. Uma posição dissonante pode ser um problema para a
Anatel, já que todos os contratos do STFC devem ser iguais.
Mariana Mazza