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Fonte: Teletime
[27/09/10]
TCU quer saber quando Anatel concluirá PGMC - por Mariana Mazza
O Tribunal de Contas da União (TCU) quer saber quando a Anatel concluirá o Plano
Geral de Metas de Competição (PGMC) e resolveu cobrar uma atitude da agência
reguladora. Em acórdão aprovado na última quarta-feira, 22, o Plenário do
tribunal determinou que a agência envie, em até 30 dias, um cronograma sobre a
aprovação do novo plano de metas. O documento é considerado fundamental pelo
tribunal de contas para que eventuais efeitos nocivos da compra da Brasil
Telecom pela Oi, que aumentou fortemente a concentração no mercado de
telecomunicações, sejam minimizados.
A decisão do TCU de cobrar a Anatel surgiu dentro do processo de acompanhamento
da anuência prévia concedida para a Oi adquirir a Brasil Telecom. Preocupado que
a rápida análise feita pela agência reguladora da operação (todo o processo
levou 28 dias para ser aprovado) pudesse permitir que eventuais impactos nocivos
à sociedade passassem despercebidos, o ministro Raimundo Carreiro chegou a
suspender cautelarmente a decisão do Conselho Diretor. Ao rever a cautelar e
permitir que a Anatel deliberasse sobre a BrOi, um dos importantes aspectos
considerados foi a declaração da agência de que iria editar o PGMC.
O episódio é rememorado pela equipe da Secretaria de Fiscalização de
Desestatização (Sefid) do TCU no relatório que embasa o acórdão. "O
ministro-relator, na decisão que revogou a cautelar, entendeu que o PGMC é um
instrumento a mais, assim como outros previstos pela Anatel, no sentido de
mitigar ações anticoncorrenciais." Passados quase dois anos da decisão, o novo
plano de metas ainda não foi editado e a agência reguladora sugeriu, nas
manifestações feitas a Sefid, que o documento talvez não seja considerado
crucial como ferramenta de controle de abuso de poder por parte da BrOi no
mercado.
De acordo com o relatório, "a procuradoria da Anatel se manifestou no sentido de
que a agência dispõe de instrumentos pró-competição e de que a não
regulamentação do PGMC não causa danos para a sociedade". O TCU, no entanto,
insiste na necessidade de edição do documento, ainda mais considerando que a
publicação do PGMC é um compromisso assumido pela própria Anatel no Plano Geral
de Atualização da Regulamentação (PGR).
Prazo curto
Com a mudança do Plano Geral de Outorgas (PGO), que permitiu a aquisição da
Brasil Telecom pela Oi, a Anatel editou uma espécie de agenda de ações para
desenvolver o setor. Batizado de PGR, o documento é dividido em ações de curto,
médio e longo prazo. E o PGMC figura na lista de atividades de curto prazo, cujo
limite fixado pela própria Anatel para edição é 31 de dezembro deste ano. "A
agência dispõe de pouco tempo para cumprir o cronograma a que ela mesma se
impôs", conclui a equipe da Sefid.
No último encontro com os fiscais do TCU, realizado em abril deste ano, a equipe
da Anatel responsável pela elaboração do PGMC informou que já dispunha de uma
minuta da proposta, mas que seria necessária "a elaboração de estudos mais
robustos para balizar o novo plano". Contaram também que o próprio processo de
acompanhamento da operação Oi/BrT vinha servindo de "laboratório" para a
construção da proposta. Desde então, a Sefid não tem informações sobre em que
estágio está o documento.