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Fonte: Teletime
[21/10/11]
Anatel nunca negou competência sobre bens reversíveis, dizem fontes - Samuel
Possebon
Técnicos da Anatel ouvidos por este noticiário contestam veementemente as
afirmações do Ministério Público do Distrito Federal de que a agência teria, ao
se manifestar em relação à ação da ProTeste sobre a questão da reversibilidade,
lavado as mãos sobre o controle dos bens reversíveis. Segundo fontes da agência,
isso nunca foi dito. O que foi colocado pela Anatel nas manifestações feitas à
Justiça no bojo da ação movida pela entidade de defesa do consumidor é que a
agência não tinha como ter a relação de bens das concessionárias anterior à
privatização, pois esse inventário foi feito pelo BNDES. "O que dissemos que não
tínhamos como informar é a relação de bens reversíveis de 1998, porque a Anatel
não participou do processo de privatização e esta lista foi feita pelo BNDES.
Mas é óbvio que o controle dos bens reversíveis é feito pela agência", diz uma
fonte. Segundo a contestação apresentada pela Anatel, "apenas com a assinatura
dos Contratos de Concessão, em junho de 1998, o patrimônio das prestadoras
passou a ser submetido às regras da LGT atinentes à reversibilidade dos bens",
argumentando que em nenhum momento os bens foram transferidos à União.
A Anatel contesta o pedido feito na Justiça de ceder as informações sobre os
bens à ProTeste. Para a agência, essas informações podem estar perfeitamente
disponíveis aos órgãos de controle, desde que assegurado o sigilo das
informações, por se tratar de dados sensíveis sobre as empresas. Segundo a
agência, o Ministério Público Federal de São Paulo, por exemplo, solicitou a
lista de bens reversíveis da Telefônica e ela foi fornecida em caráter sigiloso.
A agência, contudo, refuta completamente a tese da ProTeste de que os bens
reversíveis são parte do patrimônio público. "Os bens reversíveis (...) integram
o patrimônio da concessionária do STFC, as quais sofrem limitações no seu
direito de propriedade enquanto tais bens estiverem afeitos ao serviço público
de telecomunicações", diz a agência em sua contestação. "Há de se ressaltar que
o processo de desestatização envolveu a alienação do negócio, incluindo bens e
direitos das empresas estatais". Para a agência, também não faz sentido o
Ministério Público Federal pedir a anulação da consulta pública realizada sobre
a nova regulamentação de bens reversíveis. A agência alega que é parte de suas
atribuições melhorar os mecanismos regulatórios e fiscalizadores e que, com o
tempo, houve a necessidade de ajustar esses mecanismos em relação aos bens
reversíveis. A agência, em sua contestação, não nega, contudo, que possa ter
havido falhas na fiscalização e acompanhamento dos bens.
A íntegra da manifestação da Anatel está disponível na homepage do site TELETIME.