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Fonte: Teletime
[24/10/11] Para
ProTeste, Anatel adota "subterfúgios" para evitar debate - por Helton
Posseti e Samuel Possebon
Tudo indica que o debate sobre a reversibilidade dos bens ainda terá vida longa
na Justiça e fora dela. A associação ProTeste, que ingressou com uma ação civil
pública para que a Anatel suspenda a consulta pública sobre o novo regulamento
de bens reversíveis e divulgue o inventário desses bens à época da privatização
e na renovação dos contratos em 2005, reagiu à divulgação da contestação da
agência à Justiça Federal do Distrito Federal. A contestação da Anatel está
disponível na homepage do site TELETIME.
Para a associação, a Anatel tenta confundir a opinião pública e a própria
Justiça ao falar em propriedade dos bens, quando a ação da ProTeste busca
garantir que a União tenha a posse deles ao final do contrato de concessão em
2025. "Eu acho que não é útil nesse momento usar esse tipo de subterfúgio, falar
em propriedade quando a gente está falando em posse", diz a advogada da
associação Flávia Lefèvre.
Na contestação da agência, a alegação é de que a Anatel não teria participado do
leilão das subsidiárias do sistema Telebrás. O processo teria sido conduzido
pelo BNDES e, portanto, não caberia a cobrança da apresentação deste inventário
à Anatel no que diz respeito à lista de bens de 1998. A procuradoria
especializada da agência também refuta a tese de que o contrato de concessão não
cumpre ao disposto na LGT. A Anatel entendeu à época que bastava "indicar" quais
seriam os bens reversíveis, o que foi feito através de uma descrição das
características desses bens. Já a ProTeste argumenta que a Anatel deveria ter
colocado no contrato de concessão um inventário minucioso do patrimônio.
Flávia Lefèvre diz que possui documentos que mostram a matrícula de 669 imóveis
em nome das empresas que compunham o sistema Telebrás. Esses documentos foram
obtidos junto ao Arquivo Nacional e, portanto, disponíveis para que a Anatel
acompanhasse uma eventual alienação. Para a advogada, a Anatel tem sido
negligente no acompanhamento dos bens. "Já é um absurdo a Anatel não ter essa
lista e pedir para as empresas apresentarem. Além disso, eles estenderam o prazo
por mais dois anos", diz ela em referência ao resultado de uma auditoria sobre o
assunto realizada pela própria Anatel em dezembro de 2007.
Conforme noticiou TELETIME, a própria área de fiscalização da Anatel apontou
deficiências da agência no acompanhamento dos bens reversíveis, além de faltas
por parte das empresas que teriam feito a alienação de bens sem a anuência da
Anatel. Fontes da agência concordam, informalmente, que o assunto é problemático
e que a melhor solução é encontrar um novo modelo para o controle desses bens.
Alegam que o novo regulamento é um primeiro passo para isso.
Para a ProTeste, contudo, a Anatel não pode querer mudar as regras sem ter
certeza do que foi cumprido e do que foi descumprido nas regras anteriores.