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Leia na Fonte: Exame
[19/12/12]
Imóveis vendidos pela Oi serão locados por ela própria - por Helton Posseti
"Documentos internos da Oi" mostram que a empresa está vendendo os imóveis
para serem posteriormente locados pela própria Oi
Presidente da (Anatel), João Rezende: Anatel publicou uma lista dos bens
reversíveis das concessionárias que para a ProTeste é "bastante hermética"
São Paulo - A ProTeste enviou um ofício à Anatel nesta quarta, 19, em que requer
medidas mais efetivas da agência no controle dos bens reversíveis. O ofício da
entidade foi motivado pela notícia divulgada na semana passada de que a Oi
vendeu três imóveis em que arrecadou R$ 299,705 milhões, sendo que pelo menos um
deles pertencia ao patrimônio do Sistema Telebras.
O que chama a atenção no documento da ProTeste é a informação de "documentos
internos da Oi" mostram que a empresa está vendendo os imóveis para serem
posteriormente locados pela própria Oi.
"Este fato, entre outros que causam bastante perplexidades, implica em que se
questione a razoabilidade da venda, já que a concessionária continua a precisar
dos imóveis para o desempenho de suas funções, bem como a oneração da concessão,
em prejuízo da modicidade tarifária", diz o ofício assinado pela advogada Flávia
Lefèvre.
A advogada também menciona a sentença em ação civil pública movida pela ProTeste
que abrigou a Anatel a disponibilizar as listas dos bens correspondentes aos
contratos de 1998 e de 2005 e que essas listas fossem anexadas aos respectivos
contratos.
Para cumprir a sentença a Anatel publicou uma lista dos bens reversíveis das
concessionárias que para a ProTeste é "bastante hermética", já que não contém
informações importantes como os endereços dos imóveis e informações sobre as
redes associadas ao STFC. A Anatel, consciente dessa falha, exigiu das empresas
a apresentação de um inventário mais detalhado o que ainda não foi concluído
pela Oi.
A ProTeste também lembra que desde outubro de 2012 circularam notícias na
imprensa dando conta de decisões do conselho de administração da Oi que
autorizavam a venda de imóveis como forma de reforçar o caixa da empresa.
"A despeito do anúncio público e notório, divulgado amplamente tanto pela mídia
especializada quanto pela grande mídia, tudo indica que a Anatel deixou de
adotar as providências necessárias para evitar os prejuízos hoje já ocorridos".
Tais providência para a ProTeste, na verdade, deveriam ter sido adotadas desde
maio, quando através de um leilão eletrônico a Oi colocou a venda 89 imóveis,
cujos preços mínimos somados atingiam R$ 58 milhões. O leilão foi cancelado pela
empresa em razão da publicidade e da repercussão que os fatos tiveram.
O ofício da ProTeste está disponível na home page de TELETIME