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Tele.Síntese
[21/09/12]
Anatel estima em R$ 17,3 bilhões os valores que teriam que ser devolvidos às
operadoras ao final da concessão - por Lúcia Berbert
Lista está disponível na página da agência e utiliza declaração das empresas,
passível de fiscalização
A Anatel divulgou, nesta sexta-feira (21), a relação de bens reversíveis das
operadoras de telefonia fixa, que terão que ser devolvidos no final da
concessão, em 2025. A lista, que já está disponível na página da agência na
internet, avalia em R$ 108,3 bilhões o valor de aquisição de todos os bens
móveis e imóveis, e o valor contábil (depois de depreciação e amortização) de R$
17,3 bilhões (a preços de hoje), recursos que teriam que ser devolvidos às
prestadoras ao final da concessão ao conjunto das empresas.
De acordo com o presidente da agência, João Rezende, as informações sobre os
bens foram declaradas pelas empresas, mas são passíveis de fiscalização. Ele
afirmou a relação inclui o backhaul onde passa o serviço de voz. No entanto, o
percentual de fibras ópticas detalhado pelas prestadoras ainda é bastante
inferior ao volume da rede de par de cobre, de 13% e 69%, no caso da Telemar, e
7% e 66%, no inventário da Telefônica.
A divulgação da relação dos bens reversíveis atende à Lei de Acesso à
Informação, promulgada em maio deste ano, mas as listas terão que ser adaptadas
para atender a decisão da justiça federal sobre o tema. Isto porque as
informações correspondem aos bens de 1997 a 2011, enquanto que o juiz determinou
que fossem anexados aos contratos de concessão a relação dos bens existentes na
época da privatização e os registrados até 2005, nos contratos de prorrogação.
“Vamos trabalhar para atender a exigência”, disse o superintendente de Serviços
Públicos da Anatel, Roberto Pinto Martins.
A relação dos bens reversíveis foi estruturada por empresas em dois blocos: bens
imóveis (terrenos, construções e benfeitorias) e móveis em 360 mil páginas. Além
disso, é preciso ter acesso a um relatório com um conjunto agregado de
informações, que permite uma visão do todo.
De acordo com esse relatório, o valor de aquisição dos bens de todas as
prestadoras anteriores a julho de 1998 somam R$ 25,9 bilhões. Entre 1998 até
2005, prazo de validade do primeiro contrato, o valor chega a R$ 30,9 bilhões e,
até 2011, esse valor sobe para R$ 51,4 bilhões.
É possível constatar, também, que a maioria dos bens (38%) é de meios de
transmissão (Cabos, torres, postes e dutos). Os bens classificados como de
comutação correspondem a 23% do total, enquanto 23% deles são de equipamentos de
transmissão. Equipamentos e sistemas de informática representam 4% dos bens,
mesmo percentual de prédios, terrenos e benfeitorias.
Rezende disse que a relação de bens reversíveis é dinâmica, alterada sempre que
um equipamento ou sistema é alienado ou substituído. “O controle é feito pela
Superintendência de Serviços Públicos, que tem autorização para aprovar essas
mudanças”, disse. As concessionárias são obrigadas a apresentar, todos os anos,
a Relação de Bens Reversíveis (RBR) à agência. “É uma espécie de declaração de
Imposto de Renda”, comparou Rezende.