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Fonte: Tele.Síntese
[23/08/13]
Proteste contesta na justiça venda de cabos submarinos pela Oi - por Lúcia
Berbert
Entidade quer concessionária apresentando autorização da Anatel, comprovando a
dispensa da rede para prestar STFC.
A Proteste entrou com ação na justiça do Rio de Janeiro, solicitando que a Oi
apresente em juízo a autorização da Anatel para a venda do controle acionário da
Globonet, aprovada este mês pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica). A associação entende que a operação deve passar pela avaliação da
agência reguladora, para atestar se os cabos submarinos são necessários ou não
para a prestação do serviço de telefonia fixa.
A ação também engloba a alienação de imóveis realizadas em 2012 pela operadora,
bem como a transferência de 2.113 torres para a iniciativa privada. A entidade
cita despacho da Anatel de 2011, que proibiu a Oi de alienar ou onerar qualquer
bem imóvel que integre seu patrimônio, bem como de suas controladoras e
controladas e coligadas, sem a comprovação prévia, ratificada pela agência, da
dispensa de de tais bens para a continuidade do serviço de telecomunicações
prestado em regime público.
A ação cita também a ampliação da capacidade dos cabos submarinos da Globonet,
que foi concluída em 2009, como um dos condicionamentos, estipulados pela
Anatel, para que a Oi pudesse comprar a Brasil Telecom, em 2008. A operadora
notificou a agência que elevou de 115 Mbps para 622 Mbps a capacidade das
fibras.
Para a advogada da Proteste, Flávia Lefèvre, os cabos submarinos vendidos pela
concessionária não são usados apenas para tráfego de dados, mas também para
trafegarem voz nas chamadas de longa distância nacionais e internacionais.
“Portanto, trata-se de STFC”, afirma.
A ação da Proteste pede ainda que a operadora seja impedida de alienar ou onerar
qualquer bem ou direitos vinculados à concessão ou que integrem os seus
patrimônios, até que apresente as autorizações devidas. Solicita também liminar
e prazo de cinco dias para que a Oi cumpra a determinação.
A Anatel informou que está examinando o pedido de aprovação a posteriori da
operação, apresentado pela Oi. Na avaliação, a agência observará questões
regulatórias e concorrenciais.
Operação
A operação contestada compreende a compra do total de capital social de BTCS
(Brasil Telecom Cabos Submarinos), de propriedade da Oi pela BTG Pactual YS.
Segundo a concessionária, os cabos provêm serviços de telecomunicações e
transmissões de dados corporativos.
A rede de cabos submarinos da Oi, denominada Globonet, tem 22,5 km de fibras
ópticas e passa pelos Estados Unidos, Ilhas Bermudas, Venezuela, Colômbia e
Brasil (em Fortaleza e no Rio de Janeiro). A infraestrutura conta também com 360
repetidores submersos.
A operação foi anunciada em julho pela operadora, com valor de R$ 1,74 bilhão, e
inclui também a venda do fornecimento de capacidade dos cabos para a Oi, por
meio de contrato de longo prazo com volume de capacidade e preço garantidos, mas
a operadora ressaltou que aguarda a anência prévia da Anatel, para concretizar a
venda.