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Fonte: Convergência Digital
[23/08/13]
Proteste processa Oi por venda de bens da concessão - por Luís Osvaldo
Grossmann
Diante das repetidas vendas de bens pelo grupo Oi, a Proteste – Associação de
Defesa de Consumidores – ingressou na última quarta-feira, 21/8, com uma ação
civil pública na Justiça do Rio de Janeiro contra a operadora, exigindo que
sejam apresentadas as autorizações dadas pela Anatel para essas alienações – bem
como a relação do patrimônio vendido.
A ação lembra que pelo menos desde o início do ano passado o grupo Oi vem
tentando se desfazer de diversos bens que, no entender da Proteste, são
associados à concessão de telefonia e, por isso mesmo, podem fazer parte da
relação de bens reversíveis.
Em abril de 2012, a Oi chegou a anunciar a intenção de leiloar 89 imóveis – a
próprio Proteste levou o tema ao Judiciário e às vendas teriam sido suspensas.
Ainda no ano passado, porém, a Oi tentou vender três imóveis – o que, nessa
feita, gerou uma reação da Anatel.
Mais tarde, em 21/12 foi editado o ‘Ato 7.721’ pelo qual o regulador determinou
que a Oi e a Telemar “se abstenham de alienar e/ou onerar qualquer bem imóvel
que integre seus patrimônios, bem como de suas controladoras, controladas e
coligadas, sem a comprovação prévia, ratificada pela agência, da
dispensabilidade de tais bens para a continuidade do serviço prestado em regime
público”.
Na prática, tratou-se de uma repetição. Ainda em 2011, por conta de uma
auditoria que identificou “erros” nas listas de bens reversíveis, a Anatel
determinou que as concessionárias, entre elas o grupo Oi, apresentasse um
“inventário completo” do patrimônio.
Ao exigir essa investigação, a Anatel proibiu “a realização de qualquer
alienação (...) até que as concessionárias do Grupo Oi concluam o inventário
físico de seus bens”. Esse inventário, que deveria ser entregue até meados
daquele 2011, já ganhou duas prorrogações, a última delas em junho. A nova data
é 30/9 próximo.
Isso não parece ter impedido novas vendas. Também em dezembro do ano passado a
Oi passou nos cobres 1,2 mil torres. A operação foi estendida em julho deste
ano, quando foram vendidas mais 2.113 torres. No mesmo mês, a Oi também vendeu a
Globenet, empresa do grupo que detinha cabos submarinos.
Para a Proteste “esses são alguns exemplos que vieram a público; mas,
certamente, devem existir muitas mais alienações e onerações ocorridas ao
arrepio das regras estabelecidas por leis e contratos de concessão relativos aos
bens vinculados à concessão”.
Conclui a ação que “há fortes elementos a indicar que as alienações referidas
têm se dado sem as devidas autorizações prévias da Anatel”. “Os bens que vêm
sendo alienados estão associados à concessão, desde os imóveis, nos quais se
instalam centrais telefônicas, torres, sedes administrativas; até antenas,
torres e cabos submarinos”.
Mais do que isso, um dos argumentos da ação é que as vendas implicam em risco
diante do estado financeiro da operadora. Para a Proteste, “a situação de grave
endividamento da Oi, que chegou no segundo trimestre deste ano com dívida
líquida de R$ 29,49 bilhões (...) implica em grave risco para a garantia da
continuidade da prestação”.