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Leia na Fonte: Teletime
[06/03/13]
Plano para expansão de fibra ótica não envolve financiamento pelos bens
reversíveis - por Helton Posseti
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, negou que governo já tenha tomado a
decisão de utilizar os bens reversíveis da concessão do STFC como moeda de troca
em um projeto de expansão da rede de fibra ótica pelo País. De acordo com
matéria publicada nesta quarta, 6, pelo jornal Folha de S.Paulo, o governo
prepara um plano de investimento de dez anos da ordem de R$ 100 bilhões para
ampliar a rede de fibra ótica e o modelo de financiamento que teria mais
simpatia do governo é usar o fim da concessão da telefonia fixa como compensação
para o investimento das teles.
Berrnardo confirma que o plano existe, mas nega que o governo já tenha tomado a
decisão de usar o fim da concessão para financiá-lo. "Isso não envolve em nada a
troca de bens reversíveis, mas já falamos em outras ocasiões que temos discutido
isso. Talvez seja uma opção para financiar parte desse investimento que
precisamos fazer. Mas eu quero deixar bem claro que não discutimos isso com a
presidenta e não temos a aceitação dela para essa proposta", garante o ministro.
Recentemente, Paulo Bernardo reconheceu publicamente que a situação do mercado
de telefonia fixa é complexo, com queda acentuada de base, e que um bom momento
para iniciar a discussão seja na revisão contratual de 2015, cuja primeira
minuta precisa ser colocada em consulta no final deste ano.
Apesar da afirmativa de Bernardo de que a decisão sobre o modelo de
financiamento ainda não esteja tomada, ele não nega que essa alternativa esteja
sendo estudada pelo ministério. "Uma coisa é nós estarmos discutindo isso, outra
coisa é o governo decidir. E tem que ser muito prudente porque como nós não
discutimos com a presidenta da República, ela não tem necessariamente
concordância".
A ideia de trocar os bens reversíveis por investimento em rede também foi
defendida no ano passado pelo presidente da Anatel, João Rezende. Na ocasião,
ele defendeu a ideia de que o marco legal do setor deve ser alterado antes de
2025 – que é quando terminam os contratos de concessão. Segundo Rezende declarou
à época, é preciso alterar o modelo rapidamente porque até 2025 os bens
reversíveis estarão sucateados.
O plano
Segundo Bernardo, a iniciativa de elaborar o plano partiu de cobrança da
presidenta Dilma Rousseff, que está insatisfeita com a qualidade da banda larga
no País. A Anatel elaborou um levantamento preliminar, segundo o qual seria
preciso um investimento de R$ 25 bilhões em grandes linhas de backbone e de
cerca de R$ 80 bilhões em fibra ótica até os armários (fiber-to-the-curbe) ou
até as residências (fiber-to-the-home).
Para financiar o plano, além da discussão acerca do fim dos bens reversíveis,
Bernardo defende a participação do BNDES. "Assim como o BNDES financia máquinas
agrícolas e industriais, poderíamos fazer para infraestrutura de telecom", diz
ele.