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Leia na Fonte: Teletime
[07/03/13]
Proteste critica plano de entrega dos bens reversíveis em troca de investimentos
no setor
A associação de consumidores Proteste declarou estar "preocupada" com a proposta
do governo para que os bens reversíveis sejam entregues às operadoras como
incentivo para investimentos em infraestrutura. Em comunicado à imprensa, a
entidade afirma que enviou nesta quinta, 7, ofício ao Ministério das
Comunicações, com cópia à Procuradoria Geral da República (PGR) e ao Tribunal de
Contas da União (TCU), pedindo "para que não seja levado adiante" o plano de
repassar os bens que as operadoras receberam com a privatização da Telebras e
permitir acesso a linhas de crédito do BNDES. A justificativa é que o espólio da
estatal está "subestimado" no valor de R$ 17,3 bilhões e que os serviços de
banda larga deveriam ser prestados "no regime público, ainda que concomitante
com o regime privado".
A Proteste afirma que a Anatel foi omissa com o espólio da Telebras. "São mais
de 6,6 mil imóveis, todo o backbone (...), além da rede de dados da Embratel que
foi indevidamente apropriada pelas empresas", afirma a associação. "Ao longo dos
anos, não apenas ficou evidenciada a falta de controle da agência sobre esses
bens, como as operadoras alienaram parte deles sem sequer comunicar ao
regulador", acusa.
Outro ponto criticado é o fim da concessão na telefonia fixa, uma ação do
governo para "garantir aportes de aproximadamente R$ 100 bilhões nos próximos
dez anos, sem instrumentos para garantir a soberania nacional sobre as redes de
telecomunicações brasileiras". A Proteste fala de "perda de bilhões" em
infraestrutura de natureza pública que ela considera essencial não apenas para a
telefonia fixa, mas para a banda larga e telefonia móvel. A entidade fala que o
setor ficará "orientado pela lógica dos lucros das operadoras, que já têm feito
investimentos de maneira discriminatória, privilegiando os consumidores de maior
renda, contrariando os princípios da universalização e modicidade tarifária".
Desigualdade
Para uma atuação mais homogênea dos investimentos de telecom no País, a entidade
defende a imposição de condicionamentos e contrapartidas ao setor privado. No
ofício enviado ao Minicom, PGR e TCU, a associação avalia que os investimentos
não deveriam ser exclusivos da iniciativa privada e destaca que qualquer
discussão a respeito da fixação de novas orientações voltadas para as definições
de políticas públicas para serviços de banda larga deve "partir do pressuposto
consignado em documento assinado na ONU por todas as nações", reconhecendo o
caráter aberto da Internet como ferramenta de desenvolvimento. A Proteste diz
ainda que entende que os planos devem ter como principal objetivo a
democratização dos serviços de telecom.
Entretanto, o projeto pode não estar tão definido. Na última quarta-feira,
o ministro Paulo Bernardo negou que o governo tenha tomado qualquer decisão
de utilizar os bens reversíveis como moeda de troca para o projeto de expansão
da rede de fibra ótica no País. Bernardo destacou na ocasião que o plano existe,
mas ainda está em estudo e não houve qualquer decisão ainda por parte da
presidenta Dilma Rousseff.
Da Redação