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Leia na Fonte: Teletime
[08/10/13]
Reversibilidade precisa ser esclarecida por lei, diz João Rezende - por
Helton Posseti
Prestes a iniciar o debate sobre a próxima revisão dos contratos de concessão do
Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), o presidente da Anatel, João Rezende,
descarta que a polêmica da reversibilidade dos bens possa ser resolvida nos
novos contratos de concessão. Para ele, apenas uma lei poderia esclarecer o
entendimento sobre o que diz a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) sobre o
assunto.
"Eu acho que precisa de uma lei para melhorar o entendimento sobre
reversibilidade. É um debate difícil porque existem visões diferentes", diz ele.
Como se sabe, o entendimento da Anatel é de que a LGT não nomina quais são os
bens reversíveis justamente porque os bens indispensáveis para a prestação do
serviço público variam conforme evolui a tecnologia.
Mas, como disse João Rezende, o grande nó está na questão dos bens imóveis,
principalmente, e não dos equipamentos. "Nós estamos amarrados na questão
patrimonialista. Recebemos carta do BNDES dizendo que o que foi vendido (na
privatização), foi o controle acionário e não os bens", afirma ele.
Rezende observa, contudo, que quanto maior o ativo imobilizado das
concessionárias menos eficiente é a empresa do ponto de vista contábil. Segundo
ele, os bancos já se desfizeram das suas sedes e passaram a alugar os prédios.
A revisão dos contratos de concessão deve entrar em consulta pública até março
do ano que vem e os novos contratos entram em vigor em 1º de janeiro de 2016. "É
evidente que nós temos que encontrar modelos que fortaleçam a telefonia fixa",
diz ele. Hoje, segundo o presidente, metade dos acessos em serviço não faz
sequer duas ligações por mês.
Áreas locais
Entre os tópicos que serão discutidos pela Anatel, como antecipou este
noticiário, está a revisão das áreas locais. Segundo João Rezende, o Brasil tem
hoje 4,2 mil áreas locais e, muitas vezes, a ligação para uma cidade distante
apenas 30 km, por exemplo, já fica fora da mesma área local.
Outro ponto em discussão é permitir que as empresas prestem serviço de voz sobre
IP. "Eu acho que a gente tem que abrir essa possibilidade, mas tem que resolver
a questão da reversibilidade", destaca. Rezende falou nesta terça, 8, durante o
35º Encontro Tele.Síntese, em Brasília.