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Leia na Fonte: Convergência Digital
[27/03/15] 
Consolidação: "É melhor fazer do que falar", diz presidente da Oi - por Ana Paula Lobo

Em teleconferência para analisar os resultados do quarto trimestre de 2014, realizada nesta sexta-feira, 27/03, o presidente da Oi, Bayard Gontijo, admitiu que apesar de achar que 'a consolidação é melhor para o setor, para as operadoras e para o país', não há 'novidades para tratar do assunto' e completou: 'os melhores negócios são aqueles que são fechados e não apenas falados', sinalizando assim que as possíveis negociações entre as teles podem ter esfriado, principalmente, com relação ao consórcio Vivo, Claro e Oi para a aquisição da TIM Brasil.

Gontijo também esclareceu as prioridades para 2015. A reestruturação financeira da Oi é a meta principal e a ordem é ter dinheiro em caixa. Tanto é assim que a operadora espera a aprovação da venda dos ativos da PT por 7,4 bilhões de euros no segundo trimestre. "Esses recursos virão para o nosso caixa", sustentou o presidente da Oi. "Este é um ano que vamos focar em geração de caixa, redução de custos e controle dos investimentos", pontuou o executivo. E mandou um recado: 'A Oi não é, como dizem os concorrentes, uma empresa doente'.

A venda de ativos segue sendo uma política e, aqui, entra uma discussão relevante: os bens reversíveis. A Oi informou que possui cerca de 7000 propriedades que podem ser monetizadas, mas sabe que a venda dessas unidade depende da definição de bens reversíveis, em debate na Anatel."Temos que estruturar esse tema bens reversíveis", disse Gontijo.

A operadora informou ainda possuir cerca de 500 mil torres móveis para serem comercializadas no país e que podem entrar numa possível negociação mais à frente. "A venda de propriedades é importante. Temos muitos prédios e podemos monetiza-los. Mas dependemos do acordo com a Anatel", ponderou. A renegociação dos contratos dos fornecedores foi colocada como meta para se chegar a uma adequação financeira, mas não houve o detalhamento da estratégia a ser adotada.

Bayard Gontijo também falou da importância de se definir ainda em abril, o TAC - Termo de Ajuste de Conduta, com a Anatel. "Assim vamos encerrar toda e qualquer dúvida e criar um modelo mais transparente nesas questão das multas. Precisamos encerrar essa discussão", pontuou o presidente da Oi.

Cobrado por analistas financeiros sobre o montante que a Oi irá investir em 2015, Gontijo não quis falar sobre valores. Disse apenas que 'quanto mais eficiente for a operadora na redução dos seus custos, mais dinheiro vamos ter para investir". Em 2014, conforme falou o executivo, a Oi entregou o que prometeu: um investimento de R$ 5,278 bilhões, o que repreesentou uma queda de 18% em relação a 2013. Os valores para 2015 só devem ser conhecidos após a Assembleia Geral de Acionistas, prevista para acontecer no final de abril/começo de maio.

O executivo também falou sobre o momento de 2014 e fez um agradecimento aos investidores, que ficaram junto com a Oi. "o preço atual das ações [em bolsa] não reflete a realidade" dos negócios da empresa. Gontijo se disse "pessoalmente desapontado" em não relatar na conferência a migração da Oi para o Novo Mercado, como era a intenção, mas garantiu que todos os esforços estão sendo feitos para garantir os direitos dos acionistas.

Dados do balanço

No balanço financeiro da Oi é possível ver que os serviços de TI e de comunicação de dados ampliaram a receita no mercado corporativo. As ofertas de data center, cloud e TI, aliadas a soluções de telecomunicações, apresentaram um crescimento anual de 40,6%, contribuindo para um aumento da participação da receita de serviços não-voz para 60,8% no 4T14 (+3,9 p.p. contra o 4T13). A receita de serviços não-voz cresceu 11,6% em relação ao 4T13. De acordo com o balanço da empresa, a estratégia do segmento Corporativo é buscar contratos com receitas mais duradouras e de maior rentabilidade.

De acordo ainda com os resultados financeiro, a Oi apresentou um aumento na comunicação de dados de 8,6% em relação ao 4T13 (os dados ex-Velox aumentaram 11,4% no mesmo período), impulsionados principalmente por redes e IP. Na comparação com o 4T13, os serviços de formação de rede VPN aumentaram 9,5%, enquanto o acesso à internet (IP) subiu 48,4% e os troncos digitais de telefonia fixa apresentaram crescimento de 6,5%. No mercado pessoal, a mobilidade teve destaque. Segundo Gontijo, houve um aumento considerável de recarga de dados, provando que esse é um mercado em forte expansão.

A OiTV - que terá a forte concorrência da integração Telefônica/GVT - também é considerado um negócio prioritário. A operadora atingiu 1.247 mil clientes ao final de 2014, um crescimento de 50%. Mas o balanço também mostra que a companhia perdeu 6,8% de sua base de telefones fixos no ano de 2014, fechando o ano em 11 milhões de assinantes em serviço. A base de banda larga ficou estável em 5,2 milhões de clientes. A velocidade média contratada ficou em 4,5 Mbps.