WirelessBRASIL |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Bens Reversíveis --> Índice de artigos e notícias --> 2015
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[22/09/15]
Reversibilidade: visão patrimonialista prejudica investimentos, diz Telefônica
Para Aloysio Xavier, revisão do modelo de concessão deveria prever transição
para regime privado
A visão patrimonialista da reversibilidade prejudica a gestão da concessão e não
incentiva investimentos. A declaração foi dada hoje pelo diretor de estratégia
institucional e regulatória da Telefônica Vivo, Aloysio Xavier, para quem os
efeitos dessa visão não levam em consideração que a redução do capital
imobilizado resulta em ganho de produtividade (fator X). O executivo também
defendeu que a revisão do modelo de concessão comporte um período de transição
que permita as operações de telefonia fixa como regime privado.
Em uma primeira etapa dessa transição, no que chamou de Concessão 2.0, ele
argumentou que a concessão deve ser mantida mas com redução de obrigações de
universalização e de qualidade e ajuste do conceito de reversebilidade. Esse
estágio levaria ao fim da concessão, em um cenário que permita transformá-la em
autorização e a definição dos compromissos em regime privado.
A questão do tratamento patrimonialista da reversibilidade, na análise do
executivo, não leva em conta que imóveis vazios e administrativos não geram
valor para a concessão nem para os usuários. Na sua opinião, de uma forma geral
ainda prevalece uma certa confusão no assunto de bens reversíveis . Xavier
ressaltou que em 97, um ano antes da privatização do Sistema Telebrás, apenas
22% das ações eram do governo. “Os bens reversíveis são propriedades das
concessionárias e a reversão é da posso e não da propriedade”, afirmou.
Para Xavier, a questão da reversibilidade se aplica somente aos bens
efetivamente indispensáveis no momento, na medida do seu uso. “Bens
compartilhados com outros recursos geram redução de custos para a concessão”,
comentou. Ele lembrou que a voz fixa ocupa uma capacidade mínima (1 %) dos meios
de transmissão, ficando a banda larga responsável pelo restante.
Xavier defendeu a adequação imediata das obrigações, como Tup, novas
localidades, prazos, como uma forma de restaurar a sustentabilidade das
concessões. “Essa adequação está prevista no artigo 66 da LGT que considera que
quando um serviço for ao mesmo tempo explorado nos regimes público e privado
serão adotadas medidas que impeçam a inviabilidade econômica de sua operação no
regime público” ressaltou.
Na avaliação do diretor de estratégia regulatória da Net, Gilberto de Sotto
Mayor, a história mostra que a melhor forma de massificar um serviço é sua
desregulamentação. Ele cita como exemplo o desempenho da operação de TV por
assinatura, que em quatro anos passou de 12 milhões para 21 milhões de
domícilios atendidos.
O executivo considera que a repactuação da concessão poderá ter como moeda de
troca mais investimentos em banda larga. “Mas ainda temos tempo pela frente para
discutir essa questão que está sendo antecipada em 10 anos”, observou.
Os dois executivos participaram hoje do 42 Encontro Telesíntese, realizado em
Brasília pela Momento Editorial.