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Leia na Fonte: Teletime
[17/08/16]
Emenda ao PL 3453/2015 estabelece fim do limite de espectro por operadora -
por Lúcia Berbert
Foi encerrado o prazo para apresentação de emendas ao projeto de lei 3.453/2015,
que altera o modelo de telecomunicações e que tramita na Comissão de
Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços. Ao todo foram
protocoladas 14 alterações ao substitutivo do deputado Laércio Oliveira (SD-SE),
que pode aproveitar ou não as sugestões.
O deputado Helder Salomão (PT-ES) apresentou quatro emendas, sendo a principal
delas a que retira a obrigatoriedade de reverter os recursos apurados com a
valoração dos bens reversíveis em investimentos em banda larga. As demais pedem
supressão dos artigos 4º, 8º e 9º do substitutivo.
O deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) apresentou oito emendas. Em uma delas altera o
artigo do substitutivo que trata de revenda de espectro. Ele sugere que a
transferência da autorização de uso de radiofrequências entre prestadores de
serviços de telecomunicações dependa de anuência da agência, que poderá
estabelecer condicionamentos de caráter concorrencial para sua aprovação, tais
como limitações à quantidade de radiofrequências transferidas. Defende ainda que
essas radiofrequências poderão ser utilizadas para prestação de todas as
modalidades de serviços de telecomunicações possíveis, independentemente da
tecnologia empregada. E completa excluindo o limite de frequência por operadora:
"Não haverá limites à outorga do direito de uso de radiofrequência a uma mesma
empresa ou grupo empresarial, salvo em caso de comprovado prejuízo à
competição".
Em outra emenda, o deputado propõe que, na fixação dos preços públicos devidos
pelo direito de exploração de satélite, o objetivo não deve ser um interesse
público secundário de maximização das receitas da agência, "mas sim o interesse
público primário, consistente na expansão do uso de redes e de serviços de
telecomunicações, especialmente de banda larga, foco das políticas públicas para
o setor que visam promover a inclusão digital".
Leite requer ainda o uso extraterritorial dos recursos de numeração já existente
em diversas jurisdições, levando em conta de que a medida é uma opção essencial
para mitigar desafios associados aos sistemas de comunicação máquina a máquina
(M2M). A terceira emenda propõe estabelecer, no próprio texto legal, diretriz
clara e expressa no sentido de liberdade de preços, bem como de diferenciação de
valores em função da periodicidade de pagamento dos serviços prestados em regime
privado.
Outra proposta do deputado tucano é a da realização de processos periódicos de
reavaliação normativa (ex-post), alegando que isso é fundamental para que a
regulamentação se mantenha constantemente adequada às novas exigências do
mercado e alinhada com as políticas públicas do setor. Em outra emenda, pede a
fixação de diretrizes concretas, no próprio texto legal, relacionadas à
definição de processos simplificados de licenciamento para a obtenção de outorga
para um serviço convergente.
Leite também propõe a ampliação das formas de pagamento das prorrogações de
outorgas, estabelecendo na emenda que a Anatel "fixará preços compatíveis com o
dever de estímulo à expansão do uso de redes e serviços de telecomunicações,
observará critérios objetivos e transparentes, adotará metodologia previamente
definida em regulamentação e possibilitará variadas formas de pagamento,
inclusive por meio da assunção de compromissos de investimento em infraestrutura
de rede, conforme diretrizes do Poder Executivo, alternativamente ao pagamento
de todo ou parte do valor do preço público devido pela prorrogação".
Já o deputado Vinicius Carvalho (PRB-SP) apresentou duas emendas estabelecendo
diretrizes para o cálculo do valor dos bens reversíveis. Em uma delas, determina
que o processo de valoração passe pela validação de uma consultoria
independente, a fim de garantir mais transparência ao processo.
A expectativa é de que o substitutivo seja votado no final deste mês na
comissão, mas tudo vai depender da retomada das reuniões das comissões, que
estão paradas por conta das eleições municipais. Depois da CDEICS, o projeto
segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara.