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Leia na Fonte: Teletime
[15/12/16]
Desarticulado na estratégia, PT prepara nova ofensiva contra PLC 79/2016 -
por Samuel Possebon
Não tem sido simples a vida do PT na oposição, inclusive no que diz respeito à
reforma do modelo de telecomunicações. O comportamento do partido, e das demais
agremiações de oposição ao governo Temer, tem sido errática e confusa. O último
capítulo é a decisão da bancada do Senado de tentar jogar para o plenário o PLC
79/2016, que muda a Lei Geral de Telecomunicações e transforma as concessões em
autorizações. O partido começou a semana com um recurso pronto, com o limite de
nove assinaturas necessárias, para evitar que o projeto fosse aprovado em
caráter terminativo. No meio do caminho, sob a articulação do senador Jorge
Viana (PT/AC), que havia manifestado apoio às medidas durante o Painel
TELEBRASIL, dois senadores retiraram as assinaturas, prejudicando o recurso.
Mas a atitude do senador não foi bem recebida por outros representantes da
bancada, que consideram que o projeto merece um pouco mais de discussão no
plenário, nem que seja para o partido poder marcar posição, uma vez que a
aprovação é tida como certa. Nesta quinta, o senador Roberto Requião (PMDB/PR)
foi acionado para conseguir novas assinaturas e um novo recurso está sendo
preparado para ser apresentado até o final do dia desta sexta, 16, quando
termina o prazo regimental para recursos. Se a articulação se materializar
(falava-se em 10 assinaturas certas), o projeto vai a plenário, o que significa
que a sua sanção presidencial só sai em fevereiro. Não existe nenhum prejuízo
efetivo, mas permanece o grau de incerteza.
O curioso é que, na oposição, o partido não está conseguindo se articular sobre
questões com as quais o partido concordava, pelo menos parcialmente, quando
estava no governo. A desidratação das concessões era uma dessas questões, pois o
assunto em vários momentos foi discutido e o PL 3.453/2015, do deputado Daniel
Vilela (PMDB/GO), nasceu ainda no governo Dilma, sem o apoio total do governo
como existe hoje, mas já com uma grande colaboração informal da Anatel. Mesmo no
Senado, a oposição tinha pelo menos quatro senadores na Comissão Especial de
Desenvolvimento Nacional, que analisou o mérito do PLC 49/2016, mas nenhum deles
apareceu para o debate. E na Câmara o partido perdeu o prazo para a apresentação
do recurso ao plenário por uma questão de minutos e de uma interpretação
diferente das regras de tramitação, mas acabou optando por não questionar o erro
em questão de ordem.