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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[21/12/16]
Organizações criticam aprovação do novo modelo de telecom pelo Senado - por
rafael Bucco
Entidades veem manobra no Senado como contestável e manifestam apoio a
reclamação da oposição no STF sobre o trâmite do projeto.
Organizações sociais divulgaram nota de repúdio à manobra feita pela mesa
diretora do Senado para garantir que o PLC 79/2016 (ou PL 3453, quando na
Câmara), que reformula o marco legal de telecomunicações no Brasil, seja
sancionado pelo governo Temer ainda este ano.
“Em uma manobra regimental política e contestável, a Mesa Diretora do Senado
Federal – que tem como Presidente Renan Calheiros (PMDB/AL) e como
vice-presidentes Jorge Viana (PT/AC) e Romero Jucá (PMDB-RR) – alegou que o
recurso havia sido protocolado fora do prazo. No site do Senado, no entanto,
consta que o recurso não foi aceito por ‘falta de assinaturas necessárias'”, diz
a Coalizão Direitos na Rede.
Participam da Coalizão entidades como Idec, Actantes, Artigo 19, Intervozes,
Proteste, entre outras. As organizações ressaltam que o PLC 79 tem por objetivo
transformar infraestrutura pública avaliada em até R$ 100 bilhões a privada.
Reclamam também da falta de debate público sobre o projeto: “Uma vez enviado ao
Senado Federal, o PLC 79/2016 foi aprovado em sete dias, sem discussões
democráticas. Após a designação do relator na Comissão de Desenvolvimento
Nacional, Senador Otto Alencar (PSD/BA), no dia 30/11, o relatório do texto foi
apresentado em um dia útil, na sexta-feira (01/12)”.
O temor do grupo é que a lei resulte no fim de políticas públicas de
universalização do acesso e aumento de preços. “Além disso, a mudança do modelo
de concessão para autorização não foi desenhada de forma a prever certas
proteções ao cidadão, como a possibilidade de garantir a continuidade da
prestação do serviço caso a operadora venha a falir”, destacam.
Por fim, a Coalização manifesta apoio à reclamação de senadores feita no STF.
“Exigimos que o Supremo Tribunal Federal acate os argumentos apresentados por
Senadores da República no mandado de segurança que determina que o Senado não
envie o PLC 79/2016 à sanção presidencial sem que antes seja apreciado pelo
Plenário do Senado”, concluem.