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Leia na Fonte: Veja
[21/12/16]
OAB e ONGs criticam lei que dá presente bilionário às teles - por Felipe
Frazão
Ordem dos Advogados do Brasil e a Coalização Direitos na Rede pedem mais debates
antes da sanção de lei que pode dar presente bilionário às operadoras
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Coalização Direitos na Rede criticaram
nesta quarta-feira o PLC 79/2016, que altera a Lei Geral de Telecomunicações e
contém uma série de benefícios às operadoras de telefonia no país, como a
transferência em definitivo para as empresas de bens estimados entre 20 bilhões
de reais e 100 bilhões de reais, e a possibilidade de se renovar sem limites as
atuais licenças de operação. Senadores de oposição acionaram o Supremo Tribunal
Federal para que o projeto de lei seja votado novamente, desta vez no plenário
da Casa, enquanto a cúpula do Senado prepara o envio do texto final para sanção
do presidente Michel Temer. A OAB não descarta ingressar com uma ação própria no
Judiciário.
Em paralelo, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tenta assinar
acordos com as teles para transformar outros cerca de 20 bilhões de reais em
multas em dinheiro a ser investido pelas companhias nas ruas próprias redes, uma
espécie de perdão em troca da melhoria do serviço.
“Neste momento de tensão econômica que fragiliza a economia popular, gera
desemprego e angustia a população, esperamos contar com a razoabilidade do
governo para que não seja sancionado o projeto de perdão às dívidas bilionárias
das companhias de telecomunicações com a União”, afirma em nota o presidente
nacional da OAB, Claudio Lamachia. “Dias após o Congresso aprovar uma proposta
orçamentária com déficit de 139 bilhões de reais, não é possível abrir mão de
valores que, segundo denunciado pela imprensa e já constatado pelo TCU, pode
chegar à casa dos 100 bilhões de reais. No momento em que o governo pede esforço
econômico para toda a sociedade, não é possível abrir mão de recursos em favor
das empresas de telecomunicações. Sobretudo sem o devido debate diante de tão
delicado quadro político e econômico.”